Os dados estatísticos que o INE recentemente
publicou sobre a pobreza e as desigualdades na população residente evidenciam
uma progressiva melhoria da situação, desde 2015.
A taxa de pobreza é de 23,3% em 2017, menos
1,8 p.p. que no ano anterior, sendo de vinte mil o número dos que deixaram de
se incluir no grupo de pessoas em situação de pobreza, ao mesmo tempo que a
privação material atingiu já um menor número.
Sendo certo que continuamos muito longe da
desejável erradicação da pobreza, é cada vez mais evidente que uma mudança de
políticas, em 2015, com menor austeridade e reforço da protecção social
dirigida aos grupos mais vulneráveis, começou a dar bons resultados.
Por ocasião do debate quinzenal no
Parlamento, a 5 de Dezembro, o Primeiro-Ministro apresentou um balanço dos dois
anos do seu Governo, tendo começado por dar particular destaque à redução da
pobreza e das desigualdades, ao mesmo tempo que anunciou a sua determinação na
continuidade das políticas dirigidas àquele objectivo.
Seria de esperar que após esta exposição os
nossos Deputados se interessassem por debater os resultados positivos
alcançados bem como as condições que, no seu entender, o permitiram, até que
ponto são sustentáveis, que estratégias apoiam ou criticam, que novas
orientações, prioridades e medidas de política defendem.
Esperança vã: afinal o mais importante era
mostrar como todos estavam bem atentos aos “casos” que enchem os noticiários,
em particular algumas decisões erradas ou mal anunciadas pelo Governo.
E assim se esgotou todo o tempo do debate, o
que não deixa de alimentar o receio de que, no Parlamento, se considere de
menor importância o facto de ainda permanecerem quase 2,4 milhões de
concidadãos em situação de pobreza.
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