16 setembro 2013

Não a Mais Austeridade! Sim a Melhor Desenvolvimento!


Na véspera de mais duas avaliações da Troika, não é demais lembrar que, no interesse de todos (credores incluídos), não têm cabimento mais medidas de austeridade.

Admitir, sequer, a hipótese de redução do salário mínimo ou mais cortes nas pensões (como prenunciam os media nacionais!) é um erro grosseiro do ponto de vista económico, além de reprovável à luz de critérios éticos e explosivo do ponto de vista social e político, tendo em conta os níveis de stress financeiro de muitas famílias em situação de privação material severa ou risco de pobreza, o elevado desemprego e a crescente indignação popular face às desigualdades.

O que precisamos, urgentemente, é de uma estratégia coerente e concertada de desenvolvimento da economia nacional, designadamente da sua estrutura produtiva e devidamente localizada em todo o território nacional, com objectivos claros e quantificados de melhoria da qualidade de vida das pessoas (condições de trabalho, saúde, educação, segurança, lazer, convivialidade, participação), com equidade na repartição da riqueza acumulada e do rendimento e total respeito pela coesão social, a sustentabilidade ambiental e a democracia.

Num artigo recente publicado no Guardian (Julho 2013), Robert Skidelski faz idêntica advertência quando demonstra que é o estímulo e não a austeridade que é a chave para a recuperação da economia global e que importa sair, quanto antes, do universo estreito e míope do “economics” (leia-se a técnica dos meros equilíbrios macroeconómicos) para a visão mais ampla da economia política.


Aqui fica o meu desabafo que, desejaria, fosse um grito social capaz de chegar aos ouvidos de quem tem poder para tomar decisões.

Sim: não há inevitabilidades em matéria de escolhas quanto ao rumo a seguir no presente com vista ao futuro da nossa economia e da nossa sociedade!

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