Stan De Spiegelaere é um investigador do Instituto Sindical Europeu, que decidiu colocar a redução do tempo de trabalho no topo da lista dos desejos do Natal de 2017 Ver aqui.
A pretexto das reivindicações do Sindicato dos Trabalhadores da Metalurgia na Alemanha, este investigador defende o regresso ao debate sobre a redução do tempo de trabalho. Algo com que os trabalhadores portugueses da AutoEuropa se poderão identificar!
Não se trata de uma escolha individual, como será o trabalho a tempo parcial, mas antes de uma redução do tempo de trabalho, decidida através da negociação colectiva. De facto, são bem conhecidas as consequências negativas do trabalho a tempo parcial sobre as oportunidades futuras de carreira, bem como o reforço das desigualdades de género, uma vez que são sobretudo as mulheres que ocupam estes empregos e que sofrem com as suas consequências.
A opção entre mais salário ou mais tempo livre pode levar a uma escolha a favor do primeiro, sobretudo nos casos das remunerações baixas, muitas vezes insuficientes para obter um nível de vida decente. Mas importa não esquecer os efeitos das jornadas de trabalho longas sobre a vida familiar, a saúde física e mental dos trabalhadores, os acidentes, etc.
Para além da intensidade do trabalho há ainda que ter em conta que o tempo de trabalho se pode revestir de uma grande imprevisibilidade, como já acontece em numerosas actividades, impossibilitando qualquer organização da vida individual ou familiar. Não deixa por isso de ser incompreensível que, bastantes vezes, se venha a assistir à defesa do prolongamento e da imprevisibilidade do tempo de trabalho, como a forma privilegiada de competir, tanto interna como externamente.
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