11 abril 2016

Trabalho Digno e Humanização para Todos

Foi este o título da conferência que fiz em Torres Novas, no passado dia 8 Abril, a qual foi promovida conjuntamente pela LOC/MTC (Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos) e pela ACR (Acção Católica Rural) e que juntou cerca de uma centena de pessoas.

Segundo o último relatório da OIT, o conceito de trabalho digno resume as aspirações do ser humano no domínio profissional e abrange vários elementos: oportunidades para realizar um trabalho produtivo com uma remuneração equitativa; segurança no local de trabalho e protecção social para as famílias; melhores perspectivas de desenvolvimento pessoal e integração social; liberdade para expressar as suas preocupações; organização e participação nas decisões que afectam as suas vidas; e igualdade de oportunidades e de tratamento para todas as mulheres e homens.

E acrescenta-se: O trabalho digno deveria estar no centro das estratégias globais, nacionais e locais que visam o progresso económico e social.
(…)

São negativas as previsões relativamente à incidência do emprego vulnerável, designadamente a parte do trabalho por conta própria e o trabalho familiar não remunerado, pelo que a OIT recomenda que os governos adoptem políticas públicas de reforço dos aspectos institucionais do mercado de trabalho e aperfeiçoem os sistemas de protecção social, sem esquecer a necessidade de introduzir as indispensáveis reformas do sistema financeiro afim-de assegurar que os bancos cumpram o seu papel de canalizar recursos para a economia real e para o investimento na expansão de empresas sustentáveis e criação de emprego.
 
(…)

De estacar uma última afirmação do maior alcance que consta do relatório da OIT de 2016 e que bem poderia ser acolhida pelos governos, pelas instâncias comunitárias da EU e pelas agências internacionais: fazer do trabalho digno um pilar central da estratégia política aliviaria não apenas a crise do emprego, mas também contribuiria para colocar a economia mundial num caminho melhor e mais sustentável de crescimento económico.

O texto que serviu de base à conferência está disponível nas Páginas deste blogue. Aqui

1 comentário:

  1. São fundamentais as questões aqui levantadas por Manuela Silva.
    É certo que os governos têm limitações às políticas laborais, mas também não parecem estar suficientemente empenhados na promoção do trabalho digno. Aquela frase do Tiago Palma "Para ser explorado ao menos que não seja na minha área"traduz muito bem o que são as degradantes condições de trabalho de milhares de portugueses. Deveriam ser notadas as empresas consoante o ambiente de trabalho que oferecem e o leque salarial sujeito a limites negociados e razoáveis.

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