25 abril 2014

Por uma economia justa e inclusiva
ao serviço da Vida

A construção permanente de um “mundo melhor” é no que com realismo, confiança e esperança somos chamados a empenhar-nos. É, também, este empenho que nos leva a, neste momento grave da vida do país, vir explicitar a nossa denúncia e o nosso compromisso. Como em anteriores tomadas de posição, movem-nos preocupações éticas e de responsabilidade cívica pela construção de uma sociedade mais justa, mais inclusiva, mais solidária e onde o ser humano seja o primeiro sujeito de um desenvolvimento sustentável.

4 comentários:

  1. Li e reli atentamente a vossa exposição.
    Porém, contrariamente à minha expectativa, sou surpreendido por uma mão cheia de nada.
    Tudo o que é dito, é do domínio público.
    O que as PESSOAS CONCRETAS, as mulheres e os homens, as crianças e os velhos, os empregados e os desempregados deste país querem é saber o COMO. E quanto a isso a vossa exposição é COMPLETAMENTE OMISSA.
    Dizer que assim não dá, que assim não vamos a lado nenhum, isso já estamos FARTOS. O que nós portugueses gostaríamos de conhecer são propostas CONCRETAS de solução para o problema.
    O problema já todos sabemos que existe e há tempo de mais.
    Apresentem, por favor, propostas CONCRETAS para a solução e não como o fizeram de enumeração e qualificação dos problemas.

    Com amizade

    Luís Manuel

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  2. a reflexão é importante para aumentar a consciencialização, já vos tinha nos Gostos do meu facebook e agora coloquei este texto, o GES a fazer pelo 25 de Abril, obrigado (José Luís Albuquerque)

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  3. Nem de propósito e ainda sobre este tema veio cair-me nas mãos o texto que passo a transcrever:

    Caminhos de futuro para a Economia

    Ouvimos repetir todos os dias que o País está em crise. O que não ouvimos com clareza é o significado desta afirmação. A crise está a ser amplificada pela ansiedade, pela falta de Confiança, pela falta de Esperança. Falta de confiança nos mercados financeiros, nos negócios em geral, nas instituições e, talvez mais importante, falta de confiança na capacidade de cada um de nós construir um caminho de futuro. Precisamos de Confiança hoje e de Esperança para amanhã.

    Hoje não temos dúvidas de que a base para o crescimento da economia são instituições saudáveis. Já Adam Smith era muito claro sobre a importância da confiança entre as diferentes partes para o funcionamento eficiente do sistema. E essa Confiança constrói-se com o tempo, através de tradição e cultura, mas também através de instituições que a apuram e defendem. Estas instituições alimentam padrões culturais de conduta como esforço, austeridade, honestidade, confiança, criatividade e responsabilidade pessoal e social.

    As reformas profundas e extensivas das instituições levam tempo a pôr em prática e a maturar. E podem não ser o modo mais imediato e direto de aumentar o crescimento da economia. Por outro lado sabemos que, politicamente, iniciar aquelas reformas será muito mais fácil num ambiente de crescimento do que estagnação. Assim, estratégias de crescimento de sucesso devem ser baseadas em dois esforços conjuntos: uma estratégia de curto prazo para estimular o crescimento e uma estratégia de longo prazo para sustentar o crescimento.

    Por isso, o que sabemos de economia leva-nos a uma aposta na Confiança hoje e na Esperança para amanhã.

    A questão pode pôr-se simplesmente como: Queremos seguir, como dizia St. Irenaeus of Lyons, «a antiga lei da liberdade humana» para conduzir as nossas próprias vidas e sermos responsáveis perante Deus, a Família e os vizinhos? Ou queremos desistir desse dom sem preço em troca de promessas falsas? Ou de outra forma, queremos desistir da Liberdade que implica Responsabilidade?

    É fácil? Não, é extremamente difícil e sabemos pouco sobre o caminho. Mas também sabemos que para problemas complexos não há soluções simplistas, nem perfeitas. Que o caminho se faz de pequenos passos, passos pequenos e simples, que são os que cada um de nós pode dar. Que a resiliência é uma condição fundamental para o sucesso. Não a teimosia, mas a capacidade de ser capaz de corrigir caminho, de aliviar a carga e recomeçar só com o que provou valer a pena.

    O caminho de futuro passa por irmos intuindo que é essencial que o Homem tenha uma visão otimista de si próprio, porque tem uma visão otimista do seu Futuro; porque o Homem desiludido e pessimista é um ser inerte, sujeito a todas as renúncias, a todas as derrotas. Na economia altamente competitiva em que operamos, observamos um aumento da importância do risco e da responsabilidade individual. As lições do welfare state do século XX são que está na hora de substituir um sistema de dependência por um sistema de incentivos. Só assim será possível relançar laços de confiança, individuais, interpessoais e institucionais, essenciais para o desenvolvimento sustentado e para a solidariedade social.



    Isabel H. Correia
    Catedrática da Faculdade de Economia e Gestão, Universidade Católica Portuguesa

    Com amizade

    Luis Manuel

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  4. Muito obrigado pelos comentários feitos pelo Luís Manuel e pelo José Luís Albuquerque.

    Pretendemos referir-nos, agora, especialmente, ao comentário do Luís Manuel. Ele é importante porque nos dá oportunidade de explicitar o nosso ponto de vista sobre o que pensam algumas pessoas, e ele também, acerca da forma de sair das dificuldades para que fomos remetidos e que consideramos errada.

    O Luís Manuel parece reconhecer que estamos em dificuldades, mas imputa-nos o “grande defeito” de não fazermos propostas concretas, de não apontarmos o “como”, de sermos mais uns tantos a trazer uma mão cheia de nada.

    Certamente que, o Luís Manuel não se surpreenderá se lhe dissermos que não estamos de acordo com ele em relação às observações que nos faz, por três razões principais. A primeira, resulta da hierarquização que deve ser feita entre princípios, finalidades e objetivos, por um lado, e instrumentos (o “como” do Luís Manuel), por outro. A segunda, é uma consequência de o “como” ser um privilégio de quem governa, porque é quem dispõe do acesso pleno à informação e dos meios técnicos para poder equacionar o “como”. A última porque, mesmo não sendo esse o objetivo há, na tomada de posição, “comos” que são explicitados, por ex.: o direito dos credores e o direito privado, a necessidade da intervenção do Estado para superar as contradições entre os diferentes bem-estares individuais, a precaridade da relação laboral, a comparticipação pública no sistema de saúde, a degradação dos níveis de escolarização, a morosidade no sistema de justiça, a mobilização das energias de que dispõem reformados e pensionistas, etc.

    Merece uma referência adicional a questão da relação entre meios e finalidades. Se se discutem meios, sem se discutirem finalidades, isso tem como consequência que se mantêm inalteradas as estruturas de produção, de repartição de rendimentos e riqueza, e de poder. O bom êxito de um qualquer projeto de reforma exige que, em primeiro lugar, nos interroguemos sobre as finalidades e princípios pois, de outro modo, mantemos as causas, gastamos recursos e, como as mesmas causas produzem (em geral) os mesmos efeitos, mantêm-se o círculo vicioso da crise, com esgotamento e empobrecimento cada vez mais intenso dos recursos materiais e humanos do país. É o que tem vindo a acontecer!

    Argumentar-se-á que, assim, ninguém pode garantir que há meios suficientes para prosseguir os objetivos fixado. Esquecem os que assim pensam que o processo de decisão subjacente é um processo iterativo e negocial que vai, progressivamente, permitindo ajustar uns e outros.

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