30 abril 2013

Dar Visibilidade à Economia Social

No passado dia 18 de Abril, o Instituto Nacional de Estatística (INE) e a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) apresentaram os resultados da nova Conta Satélite da Economia Social reportada a 2010. Trata-se de uma iniciativa inovadora no sistema estatístico nacional que vem dar satisfação aos investigadores e decisores políticos desta área.

A partir de agora, é possível conhecer, com maior objectividade, a extensão do sector da economia social nas suas diversas modalidades e percepcionar qual o seu contributo para o produto e para o emprego do País.

De acordo com os dados divulgados, ficamos a saber que, em 2010, a Economia Social era constituída por 55.383 unidades, encontrando-se grande parte (48,4 %) na área da cultura, desporto e recreio, 15,8 % no culto religioso e 14 % na acção social. A hegemonia numérica não se traduz, porém, em equivalente hegemonia económica. Na verdade, a acção social foi responsável por 48,6 % do emprego e 41,3% do VAB da Economia Social.

Das 55.383 unidades consideradas, as Associações e outras Organizações da Economia Social (OES) representavam 94,0%, responsáveis por 54.1% do VAB e 64.9% do emprego remunerado de toda a economia social.

As Cooperativas constituem o segundo grupo de entidades com mais peso relativo em termos de número de unidades, VAB e emprego remunerado, com valores respectivamente de 4,1 %, 14,0 % e 17,5 %.

As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) são entidades da Economia Social  que estão repartidas pelos diferentes grupos da Economia Social: Associações e outras organizações de economia social (94%), Cooperativas (4,1%), Fundações (1,0%), Misericórdias (0,7%) e Mutualidades (0,2%).

Dada a sua relevância e especificidade, foram feitos apuramentos específicos sobre estas organizações. Em 2010, as IPPS eram constituídas por 5022 unidades que, em relação ao conjunto da economia social, representavam 50,1% do VAB, 63,4% do emprego remunerado, 42,6% das remunerações, 40,9% das despesas de consumo final, 53,2% da FBCF e 38,2% das necessidades líquidas de financiamento da Economia Social.

Em relação às contas nacionais, o sector da Economia Social representava 2,8% do VAB, o que compara com o peso de sectores como a Agricultura, Silvicultura e Pesca (2,3 %) e com a Electricidade, gás, vapor e ar frio (2,7 %). Em termos de emprego criado, representava 5,5,% do total, situando-se, por isso, acima do emprego na Saúde  (4,8 %) ou na indústria têxtil ( 4,3%).

A Conta Satélite para a Economia Social vai possibilitar a realização de estudos mais aprofundados, mas, desde já, permite dar maior visibilidade a este sector da economia.

(Texto de Elsa Ferreira, membro do Grupo Economia e Sociedade).

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