Chegam notícias de que foi aprovado o relatório sobre a investigação à acção da troika em Portugal, Grécia, Irlanda e Chipre, pelos membros da comissão parlamentar dos assuntos económicos e financeiros do Parlamento Europeu, para ser submetido ao mesmo Parlamento,
De acordo com o Público de 25 de Fevereiro, o relatório traduz um compromisso, já que tanto critica a troika por falta de transparência nas negociações dos programas de ajustamento e dos seus efeitos sociais em matéria de agravamento da pobreza e das desigualdades, como reconhece que a zona euro não tinha qualquer instrumento para fazer face a uma crise da dívida soberana. Daí o pedido de criação de um Fundo Monetário Europeu para tratar dos futuros casos de ajuda.
Sem conhecermos o relatório, nem a votação no plenário do Parlamento Europeu, é caso para fazermos três perguntas:
De acordo com o Público de 25 de Fevereiro, o relatório traduz um compromisso, já que tanto critica a troika por falta de transparência nas negociações dos programas de ajustamento e dos seus efeitos sociais em matéria de agravamento da pobreza e das desigualdades, como reconhece que a zona euro não tinha qualquer instrumento para fazer face a uma crise da dívida soberana. Daí o pedido de criação de um Fundo Monetário Europeu para tratar dos futuros casos de ajuda.
Sem conhecermos o relatório, nem a votação no plenário do Parlamento Europeu, é caso para fazermos três perguntas:
- Será que não existiam mesmo alternativas ao desenho do programa de ajustamento, pese embora a ausência de instrumentos adequados, ao nível europeu, para combater a crise?
- As experiências conduzidas pelo FMI em vários países mostraram os limites e as debilidades destes programas, agravados pelo facto de se estar agora em presença de países sujeitos a uma moeda comum e, consequentemente, sem liberdade para utilizar as taxas de câmbio. Não deveria isto ter sido tomado em atenção?
- O facto de finalmente se reconhecer, numa instância europeia, que não existiam meios para lidar com a crise, não deveria levar a corrigir o discurso dominante, que atribui todas as culpas aos países em dificuldades e consequente punição face aos desvarios cometidos?
Afinal, uma parte das responsabilidades deve ser atribuída à forma e ao conteúdo das medidas adoptadas para lidar com a crise das dívidas soberanas, tal como várias vozes dentro e fora da União Europeia têm vindo a defender. Entre os portugueses, porém, prevalece o sentimento de que as dificuldades por que estamos a passar se devem apenas ao facto de “termos vivido acima das nossas possibilidades” e que é justo empobrecer para expiar as nossas culpas.
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