No
1º de Maio são muitas as organizações, particularmente as ligadas aos trabalhadores
e aos sindicatos, que publicam textos, declarações e manifestos, destinados a
não deixar que fique no esquecimento uma data tão importante para os direitos dos
trabalhadores e a apelar à continuação da defesa destes direitos.
Entre os vários textos, queremos fazer uma referência especial à Mensagem do
Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos para este dia.
A Mensagem
deixa críticas à “geopolítica mundial de
domínio do capital” e propõe “um
modelo alternativo de vida”. Este ano, o texto foi escrito pelo Movimento
dos Trabalhadores Cristãos da Guatemala e denuncia uma ordem mundial que “desregula e precariza direitos laborais, que
endivida, despoja e explora os recursos naturais e culturais dos nossos povos,
aumentando as migrações forçadas de sul para norte, implementando políticas e
estratégias de exclusão, marginalização, criminalização e morte”.
A
LOC (Liga Operária Católica/MTC) de Braga, que integra aquele Movimento,
divulgou também neste dia um comunicado que pede, para o “mundo que deveria vir
na pós-pandemia”, lucros distribuídos por todos, libertação do domingo e
rendimento básico.
Este
apelo dá voz às considerações de uma Carta do Papa Francisco aos Movimentos Populares,
publicada no domingo de Páscoa, onde se diz que “os trabalhadores informais, independentes ou da economia popular não
têm um salário estável para resistir a este mercado e as quarentenas são
insuportáveis para eles”. O Papa recorda que estes trabalhadores são “verdadeiramente invisíveis” e “vistos com
suspeita por superarem a mera filantropia por meio da organização comunitária ou
por reivindicarem os seus direitos, em vez de ficarem resignados e à espera de
ver se alguma migalha cai daqueles que detêm o poder económico”. Daí a sugestão
entre outras à adopção de um “salário
universal”.
Sem
entrar no debate sobre a constituição de um “salário universal” ou de um “rendimento
básico universal”, por comparação com outras modalidades de protecção social,
importa salientar que a gravidade da situação que estamos a viver impõe a
adopção de políticas públicas inovadoras. Tal como afirma a Organização
Internacional do Trabalho, “o novo normal
tem que ser um normal melhor” na pós-pandemia.
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