03 maio 2018

Uma justíssima homenagem a Francisco Pereira de Moura

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Ontem no ISEG/UL, um grupo de colegas, familiares e amigos de Francisco Pereira de Moura quiseram assinalar o 20º aniversário do seu falecimento, recordando e homenageando o professor, o pedagogo, o economista, o homem de acção política, o cidadão e cristão comprometido com o desenvolvimento do País e do mundo, a justiça social, a liberdade e a democracia. Esta homenagem contou com o apoio da Associação Portuguesa de Economia Política.

As diversas intervenções trouxeram para o momento presente a justeza do pensamento e da acção de Francisco Pereira de Moura, designadamente no que se refere à urgência da revisitação profunda da ciência económica e suas implicações na concepção e implementação dos curricula dos cursos de economia e gestão, no ensino e na aprendizagem da Economia. FPM, também neste âmbito, foi pioneiro.

Da minha intervenção naquela sessão de homenagem transcrevo o seu parágrafo inicial.

Se a morte não o tivesse surpreendido em abril de 1998, ou seja ainda em plena vida activa e com 73 anos apenas, Francisco Pereira de Moura teria, certamente, acompanhado com o seu olhar crítico, sentido social e saber de distinto professor de Economia, estas duas últimas décadas de profunda transformação por que tem passado a vida económica, social e política; nacional, europeia e mundial.Teríamos podido aproveitar da lucidez e clareza das suas análises e propostas e, acima de tudo, teríamos podido contar com o seu empenhamento generoso no combate político em prol de um país mais desenvolvido e mais justo na partilha dos bens e das oportunidades.

Homenagear alguém é trazer o homenageado ao presente, para com ele aprender e para prosseguir com a sua obra, preenchendo e habitando, com o cunho pessoal de cada um, o vazio deixado. Por isso escrevi como epígrafe:

Fique-nos da tua passagem o traço e a cinza/
E a crença de que o vazio é prenhe e habitado.

(José Augusto Mourão, in O nome e a forma)

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