Com este título foi publicado,
há cerca de um ano, um relatório com os resultados de um projecto de
investigação promovido pela FFMS o qual procurou sondar a opinião dos cidadãos,
empresários e autarcas acerca do que estas diferentes categorias de actores
sociais pensavam sobre a economia do futuro.
O projecto enquadra-se numa
corrente de estudos prospectivos que visam percepcionar como é que os
diferentes actores sociais se posicionam face à necessidade, comummente reconhecida,
de superar as consequências muito negativas e perturbadores da crise que, tendo
tido o seu epicentro em 2007-08, despoletou, nos anos seguintes, o
recrudescimento dos modelos económicos neo-liberais e a promoção de políticas
austeritárias, dando origem a disfuncionalidades graves, designadamente quanto
ao desemprego, ao aumento da pobreza monetária, à concentração da riqueza e
agravamento das desigualdades, ao endividamento público e privado, à
desindustrialização, ao enfraquecimento do estado social e da coesão social.
Por outro lado, é inegável que,
no passado recente, se tem assistido a um prodigioso avanço no conhecimento científico
e à sua tradução em inovação tecnológica, com impactos nos domínios da produção
e comercialização de bens e serviços, na informação e comunicação, na
organização da vida individual e colectiva.
A globalização da economia e a
sua crescente financeirização lançam também, por seu turno, novos desafios para
o futuro da economa.
É interessante registar aqui o
que se escreve no início do sumário executivo do relatório final deste projecto:
Não obstante a sua diversidade, a generalidade
dos inquiridos salienta a necessidade de uma transição para novos
modelos de desenvolvimento socioeconómico, no sentido não só de ajudar a superar a atual crise mas também de
evitar as externalidades ecológicas associadas ao modelo de crescimento
económico prevalecente nas últimas décadas.
O estudo
procura respostas para um conjunto de interrogações, que poderão contribuir
para identificar obstáculos e potencialidades a ter em conta na definição de estratégias
de mudança, nomeadamente as seguintes:
- Qual o
grau de adesão dos portugueses às propostas apresentadas?
- Reconhecerão as distintas categorias de inquiridos a necessidade
de modelos de desenvolvimento socioeconómico alternativos e mais sustentáveis?
- Em caso afirmativo, o que pensam sobre a natureza, a intensidade
e as características dessa mudança, as prioridades a assumir em diversos
domínios relacionados com a economia ou os instrumentos e os agentes mais
relevantes para estimular a mudança desejada?
- O que
estão dispostos a sacrificar em nome dessa mudança?
O estudo é baseado
em amostras representativas de opinião de cidadãos, empresas e autarcas e tem
por objectivo conhecer a visão que os portugueses têm da economia do futuro e
como percepcionam o modo de a construir e, ainda, perceber se as atitudes e as opiniões expressas se associam a valores e
a características particulares dos inquiridos.
O projecto
foi coordenado pelo Professor João Ferrão e o relatório, que bem merece ser lido na íntegra, pode ser
lido aqui.
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