12 dezembro 2014

Já não são escravos mas irmãos

A mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2015, que ontem foi dada a conhecer, constitui uma veemente chamada de atenção para a situação de escravatura em que continuam a viver milhões de pessoas nos vários países do mundo. Isto apesar da lei internacional reconhecer, há mais de um século, que qualquer forma de escravatura constitui crime de lesa humanidade.
 
A escravatura assume hoje uma diversidade de expressões. O Papa Francisco detém-se de modo específico nas seguintes:
- os trabalhadores e trabalhadoras, mesmo menores, escravizados nos mais diversos sectores, a nível formal e informal;
- as  condições de vida de muitos migrantes;
- as pessoas obrigadas a prostituírem-se, entre as quais se contam muitos menores, e as escravas e escravos sexuais;
- as mulheres forçadas a casar-se, quer as que são vendidas para casamento quer as que são deixadas em sucessão a um familiar por morte do marido, sem que tenham o direito de dar ou não o próprio consentimento;
- os menores e adultos, que são objecto de tráfico e comercialização para remoção de órgãos, para ser recrutados como soldados, para servir de pedintes, para actividades ilegais como a produção ou venda de drogas, ou para formas disfarçadas de adopção internacional;
- todos aqueles que são raptados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas, servindo os seus objectivos como combatentes ou, especialmente no que diz respeito às meninas e mulheres, como escravas sexuais.
 
Todas estas situações são intoleráveis à luz do direito e, mais profundamente, à luz do indeclinável fundamento teológico da dignidade da pessoa humana.
 
Nesta mensagem o Papa Francisco apela aos governantes, aos políticos, aos gestores das empresas, aos consumidores, às organizações da sociedade civil para que todos despertem para a necessidade de obstar às causas deste problema, para agirem no sentido de prevenir toda e qualquer situação de escravatura, para prestarem a devida ajuda às suas vítimas e para um empenhamento efectivo na construção de um mundo realmente fraterno.
 
E conclui; A globalização da indiferença, que hoje pesa sobre a vida de tantas irmãs e de tantos irmãos, requer de todos nós que nos façamos artífices duma globalização da solidariedade e da fraternidade que possa devolver-lhes a esperança e levá-los a retomar, com coragem, o caminho através dos problemas do nosso tempo e as novas perspectivas que este traz consigo e que Deus coloca nas nossas mãos.
 
O texto da Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da paz 2015 pode encontrar-se aqui

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