15 setembro 2015

Legislativas 2015 – Olhares cruzados
A educação nos programas eleitorais

Embora todos os partidos e coligações incluam nos respectivos programas eleitorais alguma referência a medidas de política em matéria de educação de crianças e jovens, uma leitura atenta dos respectivos conteúdos desses programas deixa muitas interrogações sobre conceitos, fundamentos e opções de políticas públicas subjacentes a tais medidas.
 
O próximo acto eleitoral e a campanha que o precede deveriam ser ocasião propícia a um debate sério, claro e fundamentado sobre o que desejamos quanto à educação das gerações mais jovens e, porque não se parte do zero, há que escrutinar a situação actual, analisar as suas potencialidades e disfuncionalidades, nomeadamente tendo em conta os desafios que poderemos prospectivar para o próximo ciclo eleitoral.
 
Como se diz no texto aqui referenciado: (…) importa clarificar o que os diferentes partidos e coligações entendem por educação, quais os objectivos visados, a quem se dirigem as políticas públicas de educação, qual o papel do Estado e o lugar atribuído aos seus diferentes actores, qual a parcela do erário público que se propõem consignar à educação, qual a sua repartição e qual a garantia do seu financiamento sustentável, qual a visão prospectiva que defendem.
 
Em particular, importará saber o que se propõem fazer relativamente aos agrupamentos escolares, ao modelo de gestão, à formação, rejuvenescimento e progressão na carreira do pessoal docente, aos currículos, aos critérios e modalidades de avaliação de desempenho de agrupamentos e escolas, de professores e de alunos, à permanência na escola (escola a tempo inteiro?), à conservação dos edifícios escolares e à Parque escolar, à deriva para a municipalização, ao sentido que pretendem imprimir à actualização da Lei de Bases.
 
Não é demais repetir que, nesta campanha eleitoral, precisamos de um debate sereno e fundamentado sobre estas opções. 

Estas e outras questões discutem-se aqui

1 comentário:

  1. Gostaria de fazer um comentário relativamente aos agrupamentos:
    - Já alguém avaliou os custos das deslocações nas regiões do interior, que nalguns casos significam dezenas de kms em táxis, camionetas etc, comparativamente a manter algumas escolas abertas, minorando assim o abandono e a desertificação das aldeias?

    - e o que é que isso significa em termos culturais, sociais e mesmo afectivos, quando estamos a falar de crianças que crescem completamente desenraízadas em aglomerados indiferenciados e sem qualquer referência às suas origens e tradições?

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