28 junho 2015

Eleições 2015: Olhares cruzados
Reconstrução

O discurso da maioria (acompanhado por muita comunicação social e vários comentadores) é, “grosso modo”, este: Salvámos o país, as contas estão direitas, estamos livres da “troika”, temos “os cofres cheios”, “para uma emergência” - expressão  que se acrescenta agora, até parece que a  crise da Grécia veio mesmo a calhar…
A lógica subjacente é a das contas públicas.
Ora um país não é, apenas, nem principalmente, contas, orçamento, dívida!
A lógica a opor e a propor é a da RECONSTRUÇÃO: de vidas, de negócios, de capacidades desperdiçadas, de justiça e especialmente justiça social, de solidariedade - hoje cada vez mais desprezada pelo discurso “cada um por si”. Enfim, reconstrução de POTENCIAL destruído ou desaproveitado.
Reconstrução, Potencial – palavras-chave do questionamento a fazer sobre propostas para governar o país.
Não vou fazer um elenco, mas apenas expressar alguns problemas que as duas palavras ecoam.
Destaco, em primeiro lugar, o problema da qualificação das pessoas e que é, obviamente, também da qualificação do país: para além de reconstruir o que se estragou no sistema educativo e nas estruturas científicas, há que voltar a fazer funcionar um “Novas Oportunidades” - mesmo que queiram dar-lhe outro nome - para melhorar e aproveitar o potencial da população adulta.
Está-se a destruir - e não é só em Portugal - o princípio da protecção social, como base da política e da vida colectiva, e que é (ainda?) um dos pilares do chamado “modelo social europeu”. Há, pois, que tomar medidas exemplares e estruturais que combatam a prática dominante, e que se vê como “normal”, da precariedade de emprego e não só, pois a facilidade com que regras e direitos de segurança social são mudados - e não só das pensões - que é isso senão tornar a vida das pessoas precária, insegura, sentindo-se sem protecção para si e para os seus?!
O que aqui digo aplica-se também às questões de política de saúde.
Potencial destruído: desde logo, grande parte do futuro de Portugal, não só porque a emigração já é quantitativamente igual ou superior à dos anos 60 do século passado, mas sobretudo porque em grande parte se trata de jovens qualificados.
O discurso da maioria (acompanhado por muita comunicação social e vários comentadores) é, “grosso modo”, este: Salvámos o país, as contas estão direitas, estamos livres da “troika”, temos “os cofres cheios”, “para uma emergência” - expressão  que se acrescenta agora, até parece que a  crise da Grécia veio mesmo a calhar…
A lógica subjacente é a das contas públicas.
Ora um país não é, apenas, nem principalmente, contas, orçamento, dívida!
A lógica a opor e a propor é a da RECONSTRUÇÃO: de vidas, de negócios, de capacidades desperdiçadas, de justiça e especialmente justiça social, de solidariedade - hoje cada vez mais desprezada pelo discurso “cada um por si”. Enfim, reconstrução de POTENCIAL destruído ou desaproveitado.
Reconstrução, Potencial – palavras-chave do questionamento a fazer sobre propostas para governar o país.
Não vou fazer um elenco, mas apenas expressar alguns problemas que as duas palavras ecoam.
Destaco, em primeiro lugar, o problema da qualificação das pessoas e que é, obviamente, também da qualificação do país: para além de reconstruir o que se estragou no sistema educativo e nas estruturas científicas, há que voltar a fazer funcionar um “Novas Oportunidades” - mesmo que queiram dar-lhe outro nome - para melhorar e aproveitar o potencial da população adulta.
Está-se a destruir - e não é só em Portugal - o princípio da protecção social, como base da política e da vida colectiva, e que é (ainda?) um dos pilares do chamado “modelo social europeu”. Há, pois, que tomar medidas exemplares e estruturais que combatam a prática dominante, e que se vê como “normal”, da precariedade de emprego e não só, pois a facilidade com que regras e direitos de segurança social são mudados - e não só das pensões - que é isso senão tornar a vida das pessoas precária, insegura, sentindo-se sem protecção para si e para os seus?!
O que aqui digo aplica-se também às questões de política de saúde.
Potencial destruído: desde logo, grande parte do futuro de Portugal, não só porque a emigração já é quantitativamente igual ou superior à dos anos 60 do séculificados. O país, as famílias investiram neles, mas quem vai aproveitar esse esforço são países como a Alemanha e a Inglaterra, e há que não esquecer o agravamento do problema demográfico, de alcance estratégico.
O desenvolvimento territorial, a requalificação urbana são domínios em que as duas palavras-chave fazem todo o sentido, com repercussões importantes ao nível do emprego e de valorização do território.
Quanto a potencial do país, e referindo-me agora a recursos físicos apenas, acentuo a necessidade de o mar - e a nossa imensa  plataforma continental - deixar de ser apenas tratado em discursos.
O mesmo diria do que se refere a energias alternativas e a uma política agrícola que respeite o mundo rural, as necessidades do país, e se paute por defesa da sustentabilidade do meio ambiente.
Estamos agora num clímax da crise da Grécia, do euro, da União Europeia. E, face às políticas europeias de austeridade que asfixiam a Europa, fazendo sofrer tanta gente, ainda há responsáveis políticos que insistem em que há que cumprir as regras, fazendo-se eco de outros com mais poder e, que por isso, beneficiaram de excepções! Cumprir essas regras ou refazer as regras, a começar pelo chamado “Tratado Orçamental”, que nem estatuto tem de tratado da União Europeia?

(enviado por Cláudio Teixeira)

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