19 julho 2014

Por uma Economia mais Inclusiva




Promovido pelo Conselho Pontifício para a Justiça e a Paz, realizou-se, nos dias 11 e 12 Julho, um seminário sobre o tema “Por uma economia mais inclusiva” no qual se reflectiu sobre a exortação pastoral do Papa Francisco designada em português com o título O Evangelho da Alegria. Neste documento, o Papa Francisco denunciou o que ele mesmo define como “a globalização da indiferença” e a “economia da exclusão”.

O Seminário teve também em conta a recente Declaração conjunta das Academias Pontifícias das Ciências e das Ciências sociais que resultou de uma reunião de cientistas das duas Academias realizada em Maio último.

Vale a pena ressaltar algumas ideias-mestras destes trabalhos: a globalização da economia trouxe consigo algum progresso material, mas não acautelou, antes agravou, a pobreza e a desigualdade entre diferentes países e regiões, bem como no interior dos mesmos. É inaceitável que mil milhões de seres humanos sofram fome e outros tantos experimentem carências alimentares graves, enquanto persistem avultados desperdícios de bens alimentares.

A desigualdade está igualmente patente no plano do acesso à energia de que está privada cerca de metade da população do Globo, com a agravante de que a exploração das fontes de energia se faz em condições de risco para a sustentabilidade ambiental, incluindo a incidência negativa sobre as alterações climáticas com consequências sempre mais dramáticas para os grupos populacionais mais vulneráveis.

A actividade económica não deve continuar a ser medida através do produto interno bruto já que este não reflecte nem a qualidade dos bens produzidos, nem os efeitos ambientais, nem a desigualdade e, por conseguinte, não dá visibilidade a estes aspectos cruciais de um desenvolvimento sustentável

No seminário apela-se à maior responsabilidade dos governantes de cada País, da sociedade civil e das instituições internacionais no sentido do aperfeiçoamento dos instrumentos que promovam uma economia mais inclusiva, designadamente salvaguardando uma melhor relação com a natureza através de acções cooperativas aos vários níveis e de superação dos obstáculos à inclusão, ao combate à corrupção e ao tráfico humano.




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