Promovido pelo Conselho
Pontifício para a Justiça e a Paz, realizou-se, nos dias 11 e 12 Julho, um
seminário sobre o tema “Por uma economia
mais inclusiva” no qual se reflectiu sobre a exortação pastoral do Papa
Francisco designada em português com o título O Evangelho da Alegria. Neste documento, o Papa
Francisco denunciou o que ele mesmo define como “a globalização da indiferença”
e a “economia da exclusão”.
O Seminário teve também em conta a
recente Declaração conjunta das Academias Pontifícias das Ciências e das
Ciências sociais que resultou de uma reunião de cientistas das duas Academias
realizada em Maio último.
Vale a pena ressaltar
algumas ideias-mestras destes trabalhos: a globalização da economia trouxe
consigo algum progresso material, mas não acautelou, antes agravou, a pobreza e
a desigualdade entre diferentes países e regiões, bem como no interior dos
mesmos. É inaceitável que mil milhões de seres humanos sofram fome e outros
tantos experimentem carências alimentares graves, enquanto persistem avultados
desperdícios de bens alimentares.
A desigualdade está
igualmente patente no plano do acesso à energia de que está privada cerca de
metade da população do Globo, com a agravante de que a exploração das fontes de
energia se faz em condições de risco para a sustentabilidade ambiental,
incluindo a incidência negativa sobre as alterações climáticas com
consequências sempre mais dramáticas para os grupos populacionais mais vulneráveis.
A actividade económica não
deve continuar a ser medida através do produto interno bruto já que este não
reflecte nem a qualidade dos bens produzidos, nem os efeitos ambientais, nem a
desigualdade e, por conseguinte, não dá visibilidade a estes aspectos cruciais
de um desenvolvimento sustentável
No seminário apela-se à
maior responsabilidade dos governantes de cada País, da sociedade civil e das
instituições internacionais no sentido do aperfeiçoamento dos instrumentos que
promovam uma economia mais inclusiva, designadamente salvaguardando uma melhor
relação com a natureza através de acções cooperativas aos vários níveis e de
superação dos obstáculos à inclusão, ao combate à corrupção e ao tráfico
humano.
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