26 junho 2013

O sabor da água, antes e depois

 
 
Como é bom saborear a água fresca, na concha da mão, quando ela está a brotar da nascente da montanha!
 
Que prazer, ouvir a água a saltar sobre as pedras do regato da montanha e escutar os passarinhos chilreando por entre os ramos dos salgueiros!
Que grande progresso foi adquirido quando deixamos de ir à fonte buscar água, de caneco ao ombro, para a vermos jorrar abundante, límpida e pura, apenas, com o simples gesto de abrir a torneira!
A água trazia-nos alegria e felicidade. Trazia-nos, mas vai deixar de nos trazer. Com efeito, todos temos vindo a ouvir nos últimos tempos a argumentação que defende a privatização do que até agora foi o serviço público da água. Argumentos idênticos têm sido utilizados para defender a privatização de outros serviços públicos como por ex., a saúde, a educação, os transportes, etc.
O argumento principal é o de que as empresas privadas, melhor que o Estado, podem e sabem gerir esses serviços e, em consequência, prestar serviços de qualidade aos cidadãos. Poucos se têm lembrado de que, se a justificação é a de uma melhor gestão, então o que há a fazer não é a privatização, mas sim a melhoria a gestão. Está longe de se ter demonstrado que a eventual má gestão dos serviços públicos pelo Estado seja uma característica genética destes, que impeça que as melhorias sejam possíveis.
Serve este alerta que é, também, uma denúncia, para chamar a atenção para um vídeo, absolutamente notável, que denuncia a cabala que está por detrás do negócio da privatização da água, envolvendo não apenas os grandes poderes económicos e financeiros mas, pelo menos neste caso, também de serviços da Comissão Europeia. Aconselho vivamente que o vídeo seja visto.
Para ver o vídeo, carregar aqui.
Nota: Se quiser ver as legendas em português basta carregar no 1ª botão ao fundo do lado direito (ativar legendas).

3 comentários:

  1. Muito oportuno este alerta.O video, além de mostrar um exemplo português, é tão esclarecedor que se devia sugerir ao CES que o mostrasse no próximo colóquio de 4 de Julho "A crise portuguesa na Europa em crise: diagnóstico e alternativas". Pois uma das oficinas (da parte da tarde) é sobre a Água como bem público e a sua gestão estratégica.
    A pergunta final sobre a água - direito humano? ou negócio bilionário? - acerta mesmo na "mouche", poderia ser o título de acções a denunciar a privatização da água.

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    1. A relevância da água para a sobrevivência do planeta e de todos nós, é tão grande, que se impõe que os princípios a que deve estar subordinada a sua gestão tenham assento nas Constituições de todos os países. Entretanto, em todos os lugares e a toda a hora deve ser feita a denúncia do que está a acontecer.
      O facto de a água ser tema da próxima iniciativa do CES só mostra que há quem se preocupe com o assunto. Mas não poderemos com isso descansar.

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  2. É realmente muito confrangedor vêr (no vídeo) como a Comissão Europeia actua para, subrepticiamente, facilitar a privatização do fornecimento de água às populações. É pois muito oportuno que este problema seja amplamente divulgado entre nós para que se mantenha esta actividade na esfera pública.Tenho conhecimento de uma iniciativa de cidadania europeia “Água é um bem público, não uma mercadoria”, o que é prova do alcance da ofensiva privatizadora em curso.

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