O relato que abaixo se faz talvez não reproduza exatamente como as coisas se passaram, mas foi a versão mais aproximada que consegui obter e que creio não estar muito longe da realidade.
Na sequência dos apupos feitos ao Governo, por ocasião do Conselho de Ministros realizado em Alcobaça, que terão deixado muitos dos ministros seriamente preocupados com o desagrado que a população aí manifestou e tem vindo a manifestar, um dos Ministros, de espírito mais aberto, foi encarregado de, através dos meios de comunicação social, realizar uma comunicação ao país que tivesse como objetivo devolver a confiança aos portugueses.
O Ministro, consciente das dificuldades da tarefa, e depois de ler o discurso da Presidente Dilma Roussef, do dia 21, entendeu encarregar um dos seus assessores de, a partir daquele discurso, preparar um primeiro esboço do seu.
O assessor entendeu que a melhor maneira de se desembaraçar da tarefa, seria começar por eliminar do texto original as partes do discurso que não eram adaptados à realidade portuguesa ou que, por outras razões o Governo não poderia subscrever. Abaixo, reproduzo o texto entregue pelo assessor depois de realizar essas supressões.
A partir deste texto o ministro começou a preparar o discurso final.
Com um traço de rasura vão indicadas as frases de texto que o Ministro eliminou. A encarnado vai o novo texto introduzido pelo Ministro.
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Como presidenta governante, eu tenho a obrigação tanto de ouvir a voz das ruas,
como dialogar com todos os segmentos, mas tudo dentro dos primados da lei e da
ordem, indispensáveis para a democracia.
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Os manifestantes têm o direito e a liberdade de
questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar por mais
qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas
precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira.
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Com equilíbrio e serenidade, porém, com firmeza, vamos
continuar garantindo o direito e a liberdade de todos. Para que tal seja possível aAsseguro-vos a vocês: que vamos manter a ordem será mantida.
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Para
que a liberdade seja garantida para todos é necessário que os Esta mensagem exige serviços públicos não
sejam um acumular de desperdício de mais qualidade. Atuaremos com perseverança em todos os
domínios: Ela quer escolas, de qualidade; ela quer atendimento de
na saúde, de qualidade; ela quer um
nos transportes públicos e, melhor e a preço justo; ela quer
mais na segurança. Ela quer mais. E para dar mais, as instituições e os
governos devem mudar.
Irei conversar, nos próximos dias, com os representantes das autarquias os
chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os governadores
e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno
da luta contra a despesa que corrói o Estado e impede o crescimento
da competitividade, o desperdício melhoria dos serviços públicos.
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Anuncio que vou receber os líderes das manifestações
pacíficas, os sindicatos, os parceiros sociais e os lideres
partidários.
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Quero contribuir para a construção de uma ampla e
profunda reforma política, que amplie a eficácia
governativa participação popular. No entanto é um erro É um
equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos desde que sejam mantidas as condições de estabilidade
política no país.
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Precisamos muito, mas muito mesmo, de formas mais
eficazes de combate à despesa
improdutiva.
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A melhor
forma de combater o desperdício é fazê-lo a corrupção é
com transparência e rigor.
Em relação à criação de infraestruturas modernas físicas e outras, para o país,
Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto
com as arenas é fruto de
financiamento que será devidamente pago pelas empresas que ficarão a gerir a exploração dessas
infraestruturas. e os governos que estão explorando estes estádios. Jamais
permitiria que Eessa afetação
de recursos não irá prejudicar outras necessidades que o país necessite de vir
a fazer, nomeadamente, nos domínios da recursos saíssem do orçamento
público federal, prejudicando setores prioritários como a da Saúde e da
Educação.
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Portuguesas
e portugueses Minhas
amigas e meus amigos,
O
governo mais do que ninguém está apostado na recuperação do país. No entanto,
não transigiremos Eu
quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem
mudança. Eu quero dizer a vocês que foram pacificamente às ruas: eu estou
ouvindo vocês! E não vou transigir com o combate ao deficit em que estamos empenhados, com a violência e com a arruaça.
Os
sacrifícios que o governo sabe que os portugueses estão a suportar são, no
entanto uma inevitabilidade se quisermos ter, tão rapidamente quanto possível,
um Portugal onde todos possam ter o seu lugar.
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