28 outubro 2019

Os dogmas da tribo dos economistas ortodoxos



Num recente artigo da Social Europe (aqui ), Jayati Gosh interrogava-se sobre a estranha ligação dos economistas do “mainstream” a alguns dogmas.

Estes dogmas não foram aparentemente postos em causa pela crise financeira global de 2008. De facto, as soluções então encontradas centraram-se quase exclusivamente na política monetária, ao mesmo tempo que descuravam a política fiscal pró-activa. Esta receita explica-se também, em grande parte, pelo poder do sector financeiro. No entanto, a existência, ainda hoje de taxas de juro extremamente baixas ou mesmo negativas nalguns países, faz com que os governos tenham cada vez menos instrumentos monetários para enfrentar uma nova crise, já que a actual retoma se arrisca a ser revertida.

De facto, houve uma recusa em recorrer à política fiscal e, em particular, em aumentar a despesa pública, escolhendo-se antes os cortes nos impostos, o que é geralmente ineficiente para recuperar o crescimento real. Ora, a crença cega na disciplina orçamental e na consolidação arriscam-se a ameaçar a estabilidade económica.

De acordo com a autora que temos vindo a citar, se a “tribo” dos “economistas ortodoxos” mantiver o este seu padrão regressivo, os resultados poderão ser desastrosos, não só para a “tribo”, como também para as sociedades onde pretendem agir.

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