18 novembro 2016

As empresas não devem existir para ganhar dinheiro, mas para servir

Foi este o pensamento subjacente ao discurso que, no dia 16 Novembro, o Papa Francisco dirigiu aos participantes na Conferência internacional das Associações de Empresários Católicos, reunidos em Roma, esta semana.

Francisco advertiu contra três riscos que minam a actividade empresarial e, de modo geral, a actividade económica e financeira: o risco de usar bem o dinheiro, o risco da honestidade e o risco da fraternidade.

Respigo algumas passagens deste discurso que pode ser lido na íntegra aqui.

Quanto ao risco de usar bem o dinheiro
 
O dinheiro é só um instrumento técnico de intermediação, de comparação de valores e direitos, de cumprimento das obrigações e de poupança. Como qualquer técnica, o dinheiro não tem um valor neutro, mas adquire valor em função da finalidade e das circunstâncias em que se usa. Quando se afirma a neutralidade do dinheiro, está a cair-se no seu poder. 

(…) é urgente recuperar o significado social da actividade financeira e bancária, com a melhor inteligência e inventividade dos empresários. Isto significa assumir o risco de complicar a vida, devendo renunciar a certos lucros económicos.
 
Quanto ao segundo risco, a honestidade.
 
Francisco denuncia a corrupção, considerando-a como a pior praga social:
- É a destruição do tecido social sob a capa do cumprimento da lei.
- É a lei da selva mascarada de aparente racionalidade social.
- É o engano e a exploração dos mais fracos ou menos informados.
- É o egoísmo mais grosseiro, escondido atrás de uma aparente generosidade.
- É uma fraude à democracia e abre as portas a outros males terríveis como a droga, a prostituição e o tráfico de pessoas, a escravidão, o comércio de órgãos, o tráfico de armas, e assim por diante.
- A corrupção é tornar-se seguidor do diabo, pai da mentira.
 
Quanto ao terceiro risco, a fraternidade. 
 
A atividade empresarial deve incluir sempre o elemento da gratuidade. As relações de justiça entre dirigentes e trabalhadores devem ser respeitadas e exigidas de todas as partes; mas, ao mesmo tempo, a empresa é uma comunidade de trabalho em que todos merecem respeito e apreço fraterno da parte dos superiores, colegas e subalternos.

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