15 outubro 2011

Critérios simplistas ameaçam Cuidados Continuados

A Rede de Cuidados Continuados existe para o apoio das pessoas cujo estado de saúde exige algum acompanhamento médico mas que não se justifica que continuem hospitalizadas. É, portanto, uma boa solução para ocorrer a necessidades básicas das pessoas, ao mesmo tempo que alivia as estruturas hospitalares que são caras.

É de prever que a procura destas unidades tenda a crescer se tivermos em atenção, quanto mais não seja, o envelhecimento da população portuguesa.

Existe alguma oferta privada destes cuidados, mas a capacidade financeira da generalidade das pessoas não a pode pagar pelo que é imperioso atribuir financiamento público suficiente ao sector não lucrativo e cuidar de que ele seja bem gerido.

Comparações entre os cuidados continuados e o TGV ou o novo Aeroporto de Lisboa, como apresentadas pelo Secretário de Estado Adjunto da Saúde, no contexto da discussão em torno das actuais dificuldades orçamentais, por muito importantes que estes investimentos sejam, parece bastante infeliz, pois estamos, no caso dos cuidados continuados, a tratar de questões que se prendem com a dignidade humana.

Assegurar o futuro do Serviço Nacional de Saúde, onde a Rede de Cuidados Continuados se insere, é um desafio que não pode ser negado, mas a questão financeira não é, certamente, o único critério a ser tido em conta.

Veja
aqui uma reflexão do Grupo de Trabalho Economia e Sociedade sobre o Serviço Nacional de Saúde.

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