04 setembro 2012

No Início de mais um ano lectivo...


Há algumas novidades no início do presente ano lectivo. As turmas são maiores, há mais professores no desemprego, existe a intenção de tornar obrigatório o ensino profissional a partir de um certo número de reprovações e numa idade muito precoce…

Vale a pena, então, voltar a reflectir sobre o que pretendemos para a política da Educação. Daí que me pareçam particularmente estimulantes dois apontamentos surgidos recentemente na imprensa.

O primeiro tem a ver com o valioso contributo para o debate sobre o ensino público que Joaquim Azevedo escreveu no jornal Público de 2 de Setembro (A educação em contraciclo). Defende Azevedo que é necessário criar nas escolas as condições para que os alunos que concluíram o 9º ano de escolaridade sejam bem recebidos e acolhidos no nível secundário. “Todavia, este caminho não será seguido se: limitarmos drasticamente as opções que os alunos podem realizar, sobretudo as vias profissionais e artísticas; se reforçarmos a selectividade, em vez de proporcionarmos a formação e promoção de todos os alunos, sem excepção, gerando as alternativas curriculares que as escolas puderem e souberem construir (melhorando sempre as trajectórias, com o apoio dos pais, das autarquias, dos actores locais); se considerarmos que sem um apoio selectivo aos alunos com maiores dificuldades de aprendizagem se obterão bons resultados”. Defende-se ainda que, neste momento, num contexto de crise, de escassez de recursos e de aumento da pobreza e das desigualdades, a política pública de Educação deveria seguir em contraciclo.

O segundo respeita à abertura do centésimo banco de troca de manuais e ao desafio do fundador do Movimento pela Reutilização dos livros escolares para que o governo faça desta troca uma atitude normal, com impacto no ambiente e na economia das famílias. Graças ao trabalho dos muitos voluntários, que oferecem e recolhem os manuais, pode-se dizer que este Movimento tem tido sucesso, importando agora que o recurso aos livros usados não seja apenas para ajudar as famílias pobres, o que as estigmatiza, mas constitua um passo na luta contra o desperdício e a insustentabilidade ambiental.

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