O José Dias,
como mais familiarmente o conhecíamos, partiu anteontem, dia 16. Partiu, mas não
nos deixou. O José Dias sempre foi incapaz de deixar alguém, ou algum sítio e
desta vez também não. O Zé Dias iluminou todos os que alguma vez tiveram a
felicidade de o conhecer. Não foi um santo homem, mas foi e será um Homem
Santo. Não poderemos deixar de continuar a celebrá-lo e a tê-lo connosco.
Partiu com a
doença. Sem a esconder, transmitia-nos o sentimento de que era qualquer coisa
que, embora causando incómodo, deveria encarar como uma contingência normal da
sua vida; que não deveria ser limitativa de todos os seus empenhamentos, para
além do que o exigiam as limitações físicas inerentes. Que grande inspiração
para todos nós!
Embora eu dele
tivesse referências mais antigas, só muito recentemente tive oportunidade de o
conhecer pessoalmente. Tal aconteceu no âmbito dos trabalhos da Comissão
Nacional Justiça e Paz. Para mim são indizíveis a sua afabilidade e o seu
compromisso com uma sociedade mais solidária, mais justa e mais humana. Que grande que foi o seu empenhamento com a divulgação da Doutrina Social da Igreja! Quantas
vezes, o homem sábio que era nos iluminou os caminhos, quando algumas
encruzilhadas pareciam bloqueadas!
Que grande
abanão não foi o fato de, já depois de ter recebido a comunicação do seu
falecimento, ter encontrado na minha caixa do correio uma sua carta, com carimbo do
dia 11, apelando para mais uma ação de solidariedade! Soou-me como um grande apelo
testamentário, não o do momento da partida, mas o de toda a sua vida.
Não tenho dúvidas de que, desde já, participa na plenitude da Comunhão dos Santos.
Meu caro,
José Dias, até sempre!
Junto a minha voz à do Manuel Brandão Alves para expressar a minha admiração pessoal pelo Zé Dias.
ResponderEliminarRecordo-o como um profeta do nosso tempo, atento aos sinais do mundo e pronunciando a palavra desafiadora do Evangelho em prol da justiça, da paz e, de modo especial, em defesa dos mais vulneráveis.
Guardo o seu testemunho de fé viva, expressa na disponibilidade, na humildade, na coerência das opções de cada dia.
Junto-me a Manuel Brandão Alves e Manuela Silva nas palavras que aqui deixaram em memória de José Dias.
ResponderEliminarDele guardarei a memória de um Homem Santo, de um Amigo que me iluminou com a sua fé esclarecida e uma tocante simplicidade.