18 julho 2013

O José Dias da Silva partiu

 
 

 
 O José Dias, como mais familiarmente o conhecíamos, partiu anteontem, dia 16. Partiu, mas não nos deixou. O José Dias sempre foi incapaz de deixar alguém, ou algum sítio e desta vez também não. O Zé Dias iluminou todos os que alguma vez tiveram a felicidade de o conhecer. Não foi um santo homem, mas foi e será um Homem Santo. Não poderemos deixar de continuar a celebrá-lo e a tê-lo connosco.
 
Partiu com a doença. Sem a esconder, transmitia-nos o sentimento de que era qualquer coisa que, embora causando incómodo, deveria encarar como uma contingência normal da sua vida; que não deveria ser limitativa de todos os seus empenhamentos, para além do que o exigiam as limitações físicas inerentes. Que grande inspiração para todos nós!
 
Embora eu dele tivesse referências mais antigas, só muito recentemente tive oportunidade de o conhecer pessoalmente. Tal aconteceu no âmbito dos trabalhos da Comissão Nacional Justiça e Paz. Para mim são indizíveis a sua afabilidade e o seu compromisso com uma sociedade mais solidária, mais justa e mais humana. Que grande que foi o seu empenhamento com a divulgação da Doutrina Social da Igreja! Quantas vezes, o homem sábio que era nos iluminou os caminhos, quando algumas encruzilhadas pareciam bloqueadas!
 
Que grande abanão não foi o fato de, já depois de ter recebido a comunicação do seu falecimento, ter encontrado na minha caixa do correio uma sua carta, com carimbo do dia 11, apelando para mais uma ação de solidariedade! Soou-me como um grande apelo testamentário, não o do momento da partida, mas o de toda a sua vida.
 
Não tenho dúvidas de que, desde já, participa na plenitude da Comunhão dos Santos.
 
Meu caro, José Dias, até sempre!

2 comentários:

  1. Junto a minha voz à do Manuel Brandão Alves para expressar a minha admiração pessoal pelo Zé Dias.
    Recordo-o como um profeta do nosso tempo, atento aos sinais do mundo e pronunciando a palavra desafiadora do Evangelho em prol da justiça, da paz e, de modo especial, em defesa dos mais vulneráveis.
    Guardo o seu testemunho de fé viva, expressa na disponibilidade, na humildade, na coerência das opções de cada dia.

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  2. Junto-me a Manuel Brandão Alves e Manuela Silva nas palavras que aqui deixaram em memória de José Dias.
    Dele guardarei a memória de um Homem Santo, de um Amigo que me iluminou com a sua fé esclarecida e uma tocante simplicidade.

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