O
Congresso realizado, no dia 19 de Abril, pela CAIS e o Centro de Estudos dos
Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da UCP, “PORTUGAL EMIGRANTE - Por um
não coagido Fluxo Emigratório”, veio chamar a atenção para os fluxos que estão
a sair do país.
Os números
que apontavam para uma emigração da ordem dos 30 mil ao ano (dos quais 10 mil
de longa duração e 20 mil de curta duração) são significativamente inferiores
às estimativas apresentadas mais recentemente (90 mil?). Acontece, porém, que não
dispomos de informação rigorosa sobre os quantitativos, composição e destinos
de origem dos nossos emigrantes, ao contrário do que acontece em relação aos
imigrantes, que foram também entre nós objecto de muitos e valiosos estudos. De
facto, parece que nos esquecemos todos de que a emigração foi afinal uma
constante da nossa história, dando lugar a uma diáspora importante. Ora, a
crise, a exemplo do que também aconteceu na Irlanda, veio a dar lugar a um novo
ciclo de saídas.
Existe a
convicção de que estão agora a sair mais jovens qualificados e que, embora a
Europa continue a absorver, designadamente a França, significativos fluxos de
saída, o Brasil e Angola estarão também a ser importantes países de destino.
Muito embora a mundialização provoque um aumento da mobilidade dos
trabalhadores entre países, estamos em crer que as saídas que se estão a
verificar têm sobretudo a ver, tal como no passado, com as condições vigentes e
a dificuldade em encontrar emprego para o nosso número de desempregados, que
tem vindo a crescer em flecha.
Ainda
que agora as condições de entrada dos fluxos com destino à Europa sejam bem
distintas das existentes na década de 60 e no início dos anos 70, as condições
económicas dos países europeus levam a suspeitar que os nossos emigrantes se
vão ali deparar com dificuldades acrescidas.
Podemos
então concluir pelo regresso da emigração, sem que se saiba contudo qual a
duração deste novo ciclo de saídas. Os poderes públicos têm vindo a defender estas
saídas. Mas nada se tem dito sobre os seus custos que se vão fazer sentir não
só para os emigrantes como também para a economia e mercado de trabalho nacionais.
É mais uma forma de Portugal empobrecer, não só agora, como no seu no seu futuro.É o que acontece quando se perde potencial humano, e especialmente se se trata de qualificados que também são jóvens.Acaba por ser também um desperdiçar do esforço do país e das famílias na educação. Isto até poderia "traduzir-se" em custos cifrados em euros...
ResponderEliminarNa era da globalização com as correspondentes potencialidades de mobilidade e de informação/comunicação há que rever os conceitos de emigração e imigração e, sobretudo, há que integrar, posiitivamente, nas estratégias de desenvolvimento dos diferentes países e territórios, estas novas realidades. O que me parece de reprovar e acompanhar com preocupação e cuidado é uma saída indesejada de jovens (ou menos jovens!)forçada por imperativos de subsistência e falta de oportunidade de emprego e de participação activa na economia nacional.
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