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25 abril 2012

O regresso da emigração


O Congresso realizado, no dia 19 de Abril, pela CAIS e o Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da UCP, “PORTUGAL EMIGRANTE - Por um não coagido Fluxo Emigratório”, veio chamar a atenção para os fluxos que estão a sair do país.

Os números que apontavam para uma emigração da ordem dos 30 mil ao ano (dos quais 10 mil de longa duração e 20 mil de curta duração) são significativamente inferiores às estimativas apresentadas mais recentemente (90 mil?). Acontece, porém, que não dispomos de informação rigorosa sobre os quantitativos, composição e destinos de origem dos nossos emigrantes, ao contrário do que acontece em relação aos imigrantes, que foram também entre nós objecto de muitos e valiosos estudos. De facto, parece que nos esquecemos todos de que a emigração foi afinal uma constante da nossa história, dando lugar a uma diáspora importante. Ora, a crise, a exemplo do que também aconteceu na Irlanda, veio a dar lugar a um novo ciclo de saídas.

Existe a convicção de que estão agora a sair mais jovens qualificados e que, embora a Europa continue a absorver, designadamente a França, significativos fluxos de saída, o Brasil e Angola estarão também a ser importantes países de destino. Muito embora a mundialização provoque um aumento da mobilidade dos trabalhadores entre países, estamos em crer que as saídas que se estão a verificar têm sobretudo a ver, tal como no passado, com as condições vigentes e a dificuldade em encontrar emprego para o nosso número de desempregados, que tem vindo a crescer em flecha.

Ainda que agora as condições de entrada dos fluxos com destino à Europa sejam bem distintas das existentes na década de 60 e no início dos anos 70, as condições económicas dos países europeus levam a suspeitar que os nossos emigrantes se vão ali deparar com dificuldades acrescidas.

Podemos então concluir pelo regresso da emigração, sem que se saiba contudo qual a duração deste novo ciclo de saídas. Os poderes públicos têm vindo a defender estas saídas. Mas nada se tem dito sobre os seus custos que se vão fazer sentir não só para os emigrantes como também para a economia e mercado de trabalho nacionais.

2 comentários:

  1. É mais uma forma de Portugal empobrecer, não só agora, como no seu no seu futuro.É o que acontece quando se perde potencial humano, e especialmente se se trata de qualificados que também são jóvens.Acaba por ser também um desperdiçar do esforço do país e das famílias na educação. Isto até poderia "traduzir-se" em custos cifrados em euros...

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  2. Na era da globalização com as correspondentes potencialidades de mobilidade e de informação/comunicação há que rever os conceitos de emigração e imigração e, sobretudo, há que integrar, posiitivamente, nas estratégias de desenvolvimento dos diferentes países e territórios, estas novas realidades. O que me parece de reprovar e acompanhar com preocupação e cuidado é uma saída indesejada de jovens (ou menos jovens!)forçada por imperativos de subsistência e falta de oportunidade de emprego e de participação activa na economia nacional.

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