Com este título, a Comissão Justiça e Paz da diocese de Coimbra quer assinalar o próximo Dia Mundial do Trabalho, propondo uma lúcida e corajosa reflexão acerca do insuportável aumento do desemprego em Portugal, em consequência do actual contexto de crise e das medidas que pretendem superá-la e aponta princípios fundamentais da doutrina social da Igreja que não devem ser ignorados ou subestimados, como sejam: a dignidade da pessoa humana e sua indeclinável centralidade na construção da economia e da organização social, o bem comum, a harmoniosa e responsável relação com a natureza ou a solidariedade e fraternidade como traves mestras da vida colectiva.
No mesmo texto, se chama a atenção para uma explosiva falta de confiança, que hoje mina a nossa sociedade e é alimentada pelas (in)decisões governamentais com avanços e recuos, pelo sentimento generalizado de injustiça na distribuição dos sacrifícios, pela crescente sensação de que a austeridade imposta, até para lá da troica, não está a produzir os efeitos anunciados, e, sobretudo, pela falta de informação clara e convincente de que as medidas tomadas são realmente para superar a crise.
O texto não fica, porém, pela análise da situação e a indagação das suas causas próximas; procura, também, apontar caminhos de mudança e, nesse sentido, sublinha como é importante rever atitudes e comportamentos, empreendimento para o qual todos são convocados: governantes, dirigentes de empresas, sindicatos e bancos, sociedade civil e autarquias locais. Precisamos de uma nova mentalidade colectiva, mais informada, lúcida e solidária para enfrentar com sucesso os desafios do tempo presente. Esta é uma responsabilidade de todos.
Uma advertência particularmente forte é dirigida aos Bancos que persistem em resistir ao contributo devido para o desenvolvimento das empresas, em particular as PMEs.
O texto na íntegra pode ser consultado aqui.
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