De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (https://www.ilo.org/global/research/global-reports/global-wage-report/lang--en/index.htm), os salários mensais de dois terços dos países onde existem dados oficiais caíram ou cresceram mais devagar nos primeiros seis meses de 2020, em resultado da pandemia do COVID19.
De referir, contudo, que num terço dos países que divulgaram informação, verificaram-se subidas nos salários, justificadas pelas perdas de emprego de trabalhadores com baixas remunerações, cuja saída fez subir a média.
Os resultados revelam que foram as mulheres e os trabalhadores pior pagos os desproporcionalmente mais afectados pela crise. Nos países onde foram tomadas medidas para preservar o emprego, os efeitos da crise foram, contudo, mais sentidos nas descidas dos salários do que na perda massiva de trabalho.
Sem os subsídios aos salários, o quantitativo médio dos salários perdidos teria sido da ordem dos 6,5%, tendo estes subsídios compensado cerca de 40% deste valor. No entanto, os dados recolhidos variam significativamente segundo o grupo de trabalhadores. Sem os subsídios, as mulheres teriam perdido 8,1% dos salários, em comparação com os 5,4% dos homens. Por sua vez, os 50% dos trabalhadores pior pagos teriam perdido 17,3/% dos salários, se não existissem os subsídios.
De acordo com o Diretor Geral da Organização Geral do Trabalho, Guy Ryder, o crescimento das desigualdades proporcionada pela COVID19 poderá ser devastador. Defende ele que “precisamos de políticas salariais adequadas, que tenham em conta a sustentabilidade dos empregos e das empresas e que estejam também focadas nas desigualdades e na necessidade de uma procura sustentada. “Se quisermos construir um futuro melhor teremos também que lidar com questões desconfortáveis, como saber porque é que empregos com alto valor acrescentado, como é o caso dos cuidadores e dos professores, estão muitas vezes ligados a salários baixos”
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