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30 janeiro 2019

Por um estado socio-ecológico

Éloi Laurent, professor na École de Administração e Inovação (Sciences Po) e professor visitante da Stanford University, publica, hoje, no Social Europe, um interessante artigo que tem por título From the “yellow vests” to the social-ecological state.
 
Despoletado pelo aumento dos impostos sobre os combustíveis, ditado este por uma alegada boa intenção ecológica, o movimento dos “coletes amarelos” vem pôr em destaque que a crise das desigualdades e a crise ecológica não são independentes mas estão intrínsecamente ligadas. Basta lembrar os desiguais impactos que as alterações climáticas ou a poluição têm na qualidade de vida, na alimentação ou na saúde, das populações dos diferentes estratos sociais com o consequente agravamento das desigualdades.

Mesmo sem invocar o pensamento do papa Francisco expresso na carta encíclica Laudato si’ e o seu conceito de “ecologia integral” nela amplamente descrito, Éli Laurent expressa a mesma ideia quando escreve: todos os desafios ecológicos são questões sociais e o ambiente é a nova fronteira da desigualdade.

Há que enfrentar os novos desafios do século XXI com soluções políticas inovadoras que assegurem democracia e sustentabilidade.

O levantamento popular a que os “coletes amarelos” dão voz poderá constituir um primeiro acto da necessária e urgente construção de um estado socio-ecológico baseado em novas instituições colectivas e em políticas que assegurem, simultaneamente, a mutualização dos riscos ambientais e a redução das desigualdades, um estado socio-ecológico que tenha como horizonte e finalidade assegurar o bem-estar e a qualidade de vida dos humanos e a sustentabilidade da vida no Planeta.

1 comentário:

  1. Muito interessante: nem sempre surge clara a ligação entre desigualdadrs sociais e problemas ambientais, como aqui.

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