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21 janeiro 2019

A COP 24 e a nossa geração

No passado mês de Dezembro, com a presença de representantes de 197 países, realizou-se em Katowice, na Polónia, mais uma “Conferência das Partes”, a COP 24, para mais uma vez, face às alterações climáticas de que o planeta tem vindo a ser alvo, os países discutirem e negociarem os compromissos imprescindíveis à contenção do aquecimento global.

Neste sentido, eram três os objectivos definidos para esta cimeira:

a) regulamentação das promessas assumidas voluntariamente por cada país em Dezembro de 2015 no então profusamente aclamado Acordo de Paris;

b) ajuda financeira (também prevista naquele Acordo) dos países ricos aos países pobres, com vista à redução das suas emissões poluentes e adaptação aos impactos das mudanças climáticas;

c) reconhecimento do relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) divulgado em Outubro último e consequente adopção, até e depois de 2020, das urgentes medidas que assegurem um aumento da temperatura global não superior a 1,5 graus Celsius.

Face ao teor daquele relatório era, pois, grande a expectativa quanto às resoluções desta cimeira.

Se é certo que mais de 160 países já apresentaram os seus objectivos de redução de emissões poluentes também é verdade que não existe, ainda, um compromisso claro de reduzir as emissões em todos os países de modo a alcançar os objectivos constantes do relatório do IPCC.

Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita e Kuwait (todos eles países produtores de petróleo) não concordaram em “receber favoravelmente” o referido relatório, limitando-se (arrogantemente) a “tomarem nota” da sua existência.

Como afirma o secretário - geral da ONU, “estamos a ficar sem tempo e não invertermos a trajectória seguida até aqui, não só será imoral como suicida”.

Mas como disse assertivamente Greta Thunberg, uma jovem de 15 anos que fez greve à escola para se postar em frente ao parlamento sueco reivindicando medidas contra o aquecimento global, dirigindo-se aos presentes na referida Conferência : “Não viemos aqui implorar que os líderes mundiais cuidem do nosso futuro. Ignoraram-nos no passado e ignorar-nos-ão novamente. Viemos aqui para que eles saibam que a mudança está a caminho, quer eles gostem ou não.”

Segundo uma notícia divulgada pela organização sem fins lucrativos 350.org (e comentada nas redes sociais), uma greve espontânea de 300 jovens alunos em Zurique está na origem de acções idênticas de dezenas de milhar de outros estudantes não só na Europa mas também na América, África e Oceânia.

Mas esta não é a actual geração de adultos, a nossa geração, supostamente mais informada, consciente e responsável. O que vamos, então, responder aos nossos filhos quando estes nos interrogarem porque não agimos o suficiente quando ainda havia tempo para tal ?

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