Repensar o trabalho é uma reflexão que se impõe para enfrentar os desafios presentes e os do futuro. Foi através do trabalho que o ser humano, ao longo dos tempos, se organizou e se socializou, definindo o trabalho/emprego como um direito inalienável e indispensável. As mudanças que se estão desde já a sentir e que têm sido atribuídas à conjugação do aprofundamento da globalização com o avanço tecnológico, bem como as que se perspectivam para o futuro, estão a provocar alterações na produção e, consequentemente, no trabalho. Tais alterações questionam os modelos tradicionais e colocam questões a que é preciso responder, designadamente no que respeita à coesão social.
É com estas palavras que começa o texto de reflexão que Eduarda Ribeiro e João Lourenço escreveram no âmbito da iniciativa Economia e Sociedade – Pensar o futuro.
Por múltiplas e complexas razões o trabalho e o emprego constituem uma questão-chave a equacionar no desenho de um modelo de desenvolvimento futuro: a origem principal do rendimento individual e das famílias, mas também uma fonte de dignidade humana e identidade, de conhecimento e competência bem como um meio decisivo de realização pessoal e de participação cívica e cidadã.
Com as novas tecnologias, a digitalização, a globalização e a financeirização, qual o lugar do trabalho humano e o emprego? Como assegurar uma repartição justa do rendimento gerado? Como harmonizar, no futuro, o trabalho com dignidade humana, realização pessoal, segurança social, participação e coesão social? Que mecanismos desenvolver para acomodar, de modo positivo, uma transição civilizacional que se vislumbra tumultuosa?
Estas e outras problemáticas merecem uma reflexão pública alargada. O texto agora divulgado integra os contributos recolhidos em seminário, designadamente o comentário de Paulo Pedroso. A sua publicação é um convite a que se alargue o debate. O GES agradece e terá na de ida conta os comentários que os leitores/as venham a fazer.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários estão sujeitos a moderação.