A questão vem sendo anunciada há largas décadas e discutida em múltiplos fora internacionais de cientistas e de políticos, mas as medidas até agora implementadas com vista a suster as alterações climáticas estão longe de estar à altura dos desafios previsíveis.
Recentemente foi a vez do jornal L’Osservatore Romano (03 12 16) chamar a atenção dos leitores com palavras fortes: O mundo está à beira de um apocalipse climático.
Reconhece aquele órgão de comunicação que o aquecimento global que se vem registando vai dar origem a mudanças radicais nas sociedades humanas, designadamente no que se refere a migrações populacionais de grande envergadura originadas por fenómenos climáticos extremos (cheias, desertificação) que tornam difícil, se não inviável, a vida humana em vastos territórios.
Baseando-se em estudos credíveis, afirma-se que, de acordo com as previsões mais confiáveis, podemos esperar que pelo menos 350 milhões de pessoas venham a ser migrantes “ambientais” até meados deste século ou seja dentro de pouco mais de 30 anos.
Recentemente foi a vez do jornal L’Osservatore Romano (03 12 16) chamar a atenção dos leitores com palavras fortes: O mundo está à beira de um apocalipse climático.
Reconhece aquele órgão de comunicação que o aquecimento global que se vem registando vai dar origem a mudanças radicais nas sociedades humanas, designadamente no que se refere a migrações populacionais de grande envergadura originadas por fenómenos climáticos extremos (cheias, desertificação) que tornam difícil, se não inviável, a vida humana em vastos territórios.
Baseando-se em estudos credíveis, afirma-se que, de acordo com as previsões mais confiáveis, podemos esperar que pelo menos 350 milhões de pessoas venham a ser migrantes “ambientais” até meados deste século ou seja dentro de pouco mais de 30 anos.
Esta estimativa tem por suporte, entre outros, os seguintes dados:
- Até 2020, mais de 60 milhões de deslocados de áreas desertificadas da África sub-saariana para a África do Norte e a Europa. (Desertification Report 2014, da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação - UNCCD).
- Até 2025, cerca de 1,8 milhões de pessoas defrontar-se-ão com escassez hídrica absoluta e com as inerentes tensões e conflitos sociais pela apropriação dos recursos hídricos. (UN Water).
- De 2008 a 2015, mais de 200 milhões de pessoas foram deslocadas ou realocadas, devido a ocorrências geofísicas, como erupções vulcânicas e terremotos, bem como fenómenos atmosféricos. (Council o Internal Displacement Monitoring Centre do Norwegian Refugee),
- A Acnur, no Global Trend 2016, não hesita em reconhecer que 40,8 milhões de refugiados internos ou deslocados em 2015 era "migrantes ambientais”.
- Segundo a FAO serão mais de 130 milhões as pessoas que passarão a sofrer de fome e de desnutrição como causa direta das mudanças climáticas.
- Particularmente relevantes são os dados publicados pela Organização Mundial para as Migrações (OIM), segundo os quais a probabilidade de ser deslocado por causa de desastres naturais aumentou em 60% em comparação com 40 anos atrás.
Não é difícil imaginar as consequências dramáticas do ponto de vista humanitário, demográfico, socio-económico, cultural e geo-político que estarão associadas a este tipo de fluxos migratórios, dada a sua natureza específica e previsível magnitude, sendo da maior acuidade que cientistas e políticos contribuam para conceber o estatuto específico de “migrante ambiental” e regular os respectivos direitos e deveres..
Acima de tudo, são urgentes políticas concretas que possam prevenir ou minimizar os efeitos de possíveis alterações climáticas, tanto no plano dos modos de produção e de comércio de bens, tornando-os ambientalmente mais sustentáveis como no âmbito dos estilos de vida dos cidadãos tornando as suas escolhas mais responsáveis segundo critérios de ecologia integral.
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