Em boa hora o Papa Paulo VI tomou a iniciativa de propor ao mundo que o primeiro dia de cada ano fosse consagrado à Paz. Foi há 50 anos! Na mensagem que então dirigiu aos católicos e a todos os homens e mulheres de boa vontade afirmou sem rodeios: A paz é a única e verdadeira linha de progresso humano. Importa recordar esta afirmação pois ela mantém plena actualidade e o maior alcance político, cultural e comportamental.
Na presente conjuntura económica, social e política, temos múltiplas e reforçadas razões para, legitimamente, nos preocuparmos com a promoção da paz nos diferentes domínios em que este valor fundamental se pode consolidar ou destruir. Pense-se, por exemplo, na persistência de causas estruturais que impedem que milhões de seres humanos permaneçam em situação de vulnerabilidade extrema, configurando situações de violação reiterada de direitos humanos quando assistimos à tendência para aumentar o volume já exorbitante dos gastos em armamento.
Nos areópagos supra-nacionais onde se desenham as geo-estratégias da convivência mundial ou se definem as bases da economia e das finanças, é urgente promover uma cultura da paz e construir mecanismos de defesa da dignidade humana e da salvaguarda de direitos humanos fundamentais inclusive em situações de conflito bélico. Há que pugnar pelo desarmamento e por uma responsável dissuasão nuclear.
Na sua Mensagem da Paz para 2017 o Papa Francisco chama a atenção para estas questões, mas intenta ir ao fundo ou raiz do problema: O verdadeiro campo de batalha é o coração humano.
Neste entendimento, Francisco apela à não-violência como um estilo de vida e também como um estilo de uma política para a paz. São palavras suas: A não-violência ativa é uma forma de mostrar que a unidade é, verdadeiramente, mais forte e fecunda do que o conflito. No mundo, tudo está intimamente ligado. Claro, é possível que as diferenças gerem atritos: enfrentemo-los de forma construtiva e não-violenta, de modo que «as tensões e os opostos [possam] alcançar uma unidade multifacetada que gera nova vida», conservando «as preciosas potencialidades das polaridades em contraste».
O texto na íntegra pode ser descarregado aqui.
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