Depois da eleição de Donald Trump para Presidente dos Estados Unidos da América, multiplicam-se e diversificam-se as análises das causas que levaram à sua vitória e das consequências previsíveis para os EUA e para o resto do Mundo.
À surpresa desta eleição, vêm juntar-se a perplexidade e a incerteza quanto a resultados de próximos actos eleitorais num conjunto de países europeus, previstos para o próximo ano, e as consequentes possíveis reconfigurações do espectro político-partidário no conjunto da EU.
Por outro lado, discutem-se, com pertinência, os impactos possíveis da nova linha política que Donald Trump se propões implementar em domínios-chave: economia (globalização, liberalização e regulação do comércio), papel geo-estratégico dos EUA e suas alianças, relações com a UE no plano económico e defesa, etc..
Mais do que nunca, como país com a sua identidade própria e como membro da União Europeia, precisamos de análises lúcidas e profundas que nos apontem caminhos de futuro.
Para nos ajudar nesse urgente processo de reflexão-acção, deixo referências de dois interessantes textos para leitura posterior e fico aguardando os comentários de quem nos visita.
http://russeurope.hypotheses.org/5406
https://www.socialeurope.eu/2016/11/president-elect-trumps-new-world-disorder/
Pois é, parece que estamos metidos numa grande embrulhada!
ResponderEliminarQue fazer? Começar por ter cabeça lúcida e fria. As reflexões do Jacques Sapir e do Philippe Legrain são um bom ponto de partida.
Depois, Resistência em todos os sentidos, fóruns, plataformas e modos de vida.
Mas há um pequeno, grande, problema. É que o Donald foi eleito, o que quer dizer que há muito americano (parece que não chegam a ser metade) a pensar que o que ele diz é bom e lhes dá esperança de uma vida melhor. Enganam-se, mas nós não somos capazes para lhes irmos reformatar as cabeças e são essas cabeças que é preciso mostrar que têm vantagem em pensar de modo diferente.
Se pouco podemos fazer em relação aos EUA, talvez valha a pena pensar que o que na Europa se vai dizendo acerca dos “malefícios” do establishment e da classe política nos deveria tornar inquietos. O que é que deveremos fazer para que aquilo que vamos defendendo como bom possa ser, igualmente, assumido, vivido e beneficiado pelas classes médias, baixas e outros que acham que a política não lhes interessa para nada?
Não esqueçamos as eleições europeias que aí veem e o enquadramento que as envolve. De outro modo, pode acontecer que, a qualquer momento, nos demos conta de que a locomotiva que pensamos estar a pilotar, afinal, já não puxa sequer metade das carruagens.
- Manuel Brandão Alves