Hoje acabam de ser conhecidos dois importantes textos que convergem no
reconhecimento de que a estratégia que tem sido seguida por este Governo e
volta a ser proposta no OE para 2014, presentemente em debate na AR, precisa de
ser urgentemente invertida.
Não se trata de introduzir pequenos acertos na concretização das medidas
propostas, mas na adopção de uma estratégia realmente alternativa, que privilegie
o crescimento económico, a melhoria de nível de rendimento das famílias, o
incremento significativo do emprego qualificado e a valorização do trabalho, o
aumento das prestações sociais.
Refiro-me ao Relatório da OIT sobre a situação de Portugal que aponta os
efeitos desastrosos das medidas de austeridade que têm sido postas em prática e defende que
os mesmos só podem ser travados mediante a elaboração de uma estratégia de
desenvolvimento a médio prazo o que, por sua vez, requer a prévia renegociação
da dívida e dos juros, de molde a libertar mais recursos para o investimento.
Outro contributo importante no mesmo sentido é o parecer do Conselho Económico
e Social também hoje entregue na AR e que o Governo não pode ignorar sem desrespeito constitucional.
Num caso e noutro, trata-se de dois importantes documentos que, dada a
natureza das entidades donde dimanam, têm a força de reflectirem a concertação tripartida, no primeiro caso e, no segundo, um consenso alargado também à sociedade civil com
representação naquele órgão.
Outras vozes têm convergido, de há muito, no mesmo sentido, incluindo a tomada de
posição do GES oportunamente divulgada neste blogue.
O autismo do Governo está a custar um preço demasiado caro ao presente e
ao futuro de Portugal.
Até quando?
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