Um mundo sem discriminações foi o
tema escolhido pra assinalar o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza de
2013, escolha que resultou de um processo inédito de auscultação da voz dos
pobres.
Trata-se de um tema que
sensibiliza e interpela profundamente um grande número de pessoas que vivem na
miséria e por causa dela sofrem, quotidianamente, de múltiplas exclusões,
incluindo a de não poderem fazer ouvir a sua voz na elaboração de políticas e
programas de acção que lhes dizem respeito.
Tão importante como assegurar um
rendimento mínimo que permita a todas as pessoas condições de subsistência material
com dignidade, é o reconhecimento do seu direito à segurança pessoal, ao
respeito que lhe é devido, ao acesso efectivo a direitos básicos de educação,
saúde, habitação, água potável, electricidade e saneamento, bem como o direito à
valorização das suas capacidades e saberes.
A este propósito, vale apena
deixar registo de um desabafo feito na primeira pessoa: O que custa mais quando vivemos na
miséria é o desprezo. Tratam‑nos como se não
servíssemos para nada, olham‑nos com nojo, até nos tratam como se fôssemos inimigos. Nós e os nossos filhos sentimos isso todos os dias, e isso magoa-nos, humilha-‑nos e faz‑nos
viver
cheios
de
medo e de vergonha. (Edilberta Béjar,
Peru).
Um mundo sem discriminações
requer que se reduzam as grandes desigualdades na acumulação da riqueza e se
promovam os mecanismos adequados para que fique garantida a maior equidade na
repartição funcional e pessoal do rendimento gerado na economia, tanto a nível
de cada país e região como no plano mundial.
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