Uma docente de criminologia reportou hoje casos de menores que "não sabem lidar com a frustração" e agridem os pais porque estes deixaram de lhes satisfazer todos os pedidos depois de entrarem em dificuldades financeiras. "Começa a acontecer um cenário que não era muito comum, de filhos que batem nos pais, não como resultados de processos de vitimação ligados a negligência e a famílias desestruturadas, mas porque não sabem lidar com a frustração", disse a docente de criminologia Vera Mónica Duarte. Situações deste tipo ocorrem no seio de famílias "que há poucos anos estavam numa situação de estabilidade e que, neste momento, não podem dar aos seus filhos aquilo que durante muito tempo puderam", explicou a docente, que coordena a organização do seminário "Delinquência juvenil, explicações e implicações", a realizar sexta-feira no Instituto Superior da Maia. Segundo a docente, este quadro pode contribuir para uma mudança de perfil na delinquência juvenil, "o que vai impor novos desafios e novas exigências ao trabalho dos técnicos, quer na prevenção, quer na intervenção". Porventura, exigir-se-ão "respostas estruturais que muitas vezes não temos capacidade de dar no imediato", admitiu, defendendo, em todo o caso, um trabalho técnico "mais direcionado para as próprias competências parentais", com o contributo "fundamental" das escolas. Numa análise mais geral, a coordenadora do seminário da Maia assinalou "progressos" no combate à delinquência juvenil e destacou o programa Escolhas, que visa promover a inclusão social de menores das periferias pobres.
Jovens batem nos pais por já não lhes darem tudo.
ResponderEliminarUma docente de criminologia reportou hoje casos de menores que "não sabem lidar com a frustração" e agridem os pais porque estes deixaram de lhes satisfazer todos os pedidos depois de entrarem em dificuldades financeiras.
"Começa a acontecer um cenário que não era muito comum, de filhos que batem nos pais, não como resultados de processos de vitimação ligados a negligência e a famílias desestruturadas, mas porque não sabem lidar com a frustração", disse a docente de criminologia Vera Mónica Duarte.
Situações deste tipo ocorrem no seio de famílias "que há poucos anos estavam numa situação de estabilidade e que, neste momento, não podem dar aos seus filhos aquilo que durante muito tempo puderam", explicou a docente, que coordena a organização do seminário "Delinquência juvenil, explicações e implicações", a realizar sexta-feira no Instituto Superior da Maia.
Segundo a docente, este quadro pode contribuir para uma mudança de perfil na delinquência juvenil, "o que vai impor novos desafios e novas exigências ao trabalho dos técnicos, quer na prevenção, quer na intervenção".
Porventura, exigir-se-ão "respostas estruturais que muitas vezes não temos capacidade de dar no imediato", admitiu, defendendo, em todo o caso, um trabalho técnico "mais direcionado para as próprias competências parentais", com o contributo "fundamental" das escolas.
Numa análise mais geral, a coordenadora do seminário da Maia assinalou "progressos" no combate à delinquência juvenil e destacou o programa Escolhas, que visa promover a inclusão social de menores das periferias pobres.
Fonte: Diário de Notícias - 19. 04. 2012
http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2429205