Vale a pena voltar mais uma vez à reflexão sobre ética e economia.
A inspiração veio-me de um artigo de Américo Ramos dos Santos, “Ética, Economia e Desenvolvimento”, publicado há algum tempo, mas que se mantém plenamente actual.
É forçoso reconhecer que por detrás da presente crise, que é sistémica e global, estão as soluções de “facilidade” ligadas aos paraísos fiscais e às off-shores, aos mercados de derivados, aos fundos de riscos, à desregulação dos mercados financeiros, etc. Pergunta também aquele autor, “…como foi possível que tanta gente tivesse aplicado os seus (e, muitas vezes emprestados) recursos financeiros em condições de total ausência de racionalidade e responsabilidade económica e social, sem se preocuparem com o “milagre” de obtenção de rendibilidades, frequentemente multiplicadas por 5, e até 10 vezes, o que o mercado “normal” pagava”.
Será que as soluções que estão a ser procuradas não terão também que passar pelo fim da marginalização da ética na ciência económica, como tem acontecido nas últimas décadas? A procura do bem comum, cuja realização está apenas dependente, segundo as teorias dominantes, da prossecução do “interesse próprio”, não deveria encontrar um outro fôlego, que ultrapasse a mera “racionalidade económica”? Os valores da equidade, da solidariedade, da dignidade do trabalho humano terão que ser sistematicamente esquecidos ou sacrificados às exigências da contenção do deficit?
Há que perguntar se muitas das receitas que nos querem servir não nos vão afinal conduzir aos mesmos “desastres” do passado recente.
A inspiração veio-me de um artigo de Américo Ramos dos Santos, “Ética, Economia e Desenvolvimento”, publicado há algum tempo, mas que se mantém plenamente actual.
É forçoso reconhecer que por detrás da presente crise, que é sistémica e global, estão as soluções de “facilidade” ligadas aos paraísos fiscais e às off-shores, aos mercados de derivados, aos fundos de riscos, à desregulação dos mercados financeiros, etc. Pergunta também aquele autor, “…como foi possível que tanta gente tivesse aplicado os seus (e, muitas vezes emprestados) recursos financeiros em condições de total ausência de racionalidade e responsabilidade económica e social, sem se preocuparem com o “milagre” de obtenção de rendibilidades, frequentemente multiplicadas por 5, e até 10 vezes, o que o mercado “normal” pagava”.
Será que as soluções que estão a ser procuradas não terão também que passar pelo fim da marginalização da ética na ciência económica, como tem acontecido nas últimas décadas? A procura do bem comum, cuja realização está apenas dependente, segundo as teorias dominantes, da prossecução do “interesse próprio”, não deveria encontrar um outro fôlego, que ultrapasse a mera “racionalidade económica”? Os valores da equidade, da solidariedade, da dignidade do trabalho humano terão que ser sistematicamente esquecidos ou sacrificados às exigências da contenção do deficit?
Há que perguntar se muitas das receitas que nos querem servir não nos vão afinal conduzir aos mesmos “desastres” do passado recente.
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