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13 dezembro 2010

"A economia sem muros" – um contributo à mudança necessária

Organizadores e autores de A economia sem muros são personalidades do mundo académico que não precisam do contributo deste blogue para dar a conhecer esta sua obra, em boa hora publicada pela Almedina, de colaboração com o CES – Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Faço-o, porém, por duas ordens de razões:

• uma profunda convicção fundada na reflexão sobre o evoluir da realidade económica de que a Economia enquanto conhecimento científico carece de uma transformação radical dos seus respectivos fundamentos, por forma a não se deixar avassalar e dominar pela crematística (tema bem desenvolvido por José Caldas no seu artigo, incluído neste livro, Economia e crematística dois mil anos depois);

• um entendimento de que o agir económico que conhecemos, às diferentes escalas do território, mantém com a Ciência um efeito de espelho, ou seja condiciona instituições e saber e, por sua vez, é condicionado por estes, sendo certo que, presentemente, este agir económico já ultrapassou as fronteiras do aceitável à luz de critérios éticos e de sustentabilidade ambiental e política.

Dito por outras palavras: a casa comum em que habita a Humanidade no termo da primeira década do século XXI, encontra-se numa profunda e extensiva desordem a que só uma Ciência do económico, profundamente renovada, poderá oferecer as indispensáveis propostas inovadoras.

A recente tomada de posição Para uma nova Economia, promovida pelo Grupo Economia e Sociedade da Comissão Nacional Justiça e Paz, faz-se eco desta mesma problemática e propõe novos rumos para a política económica nacional e comunitária. Por isso, tem merecido uma adesão tão pronta de académicos e de gente comum para quem esta questão é suficientemente grave e urgente para justificar adesão e apoio.

Obras como a referenciada permitem alargar as fronteiras do debate sobre o Pensamento económico e, por essa via, incentivar a busca de alternativas ao paradigma dominante que sejam potenciadoras de novos quadros de referência para a configuração de novas instituições e novas estruturas económicas mais consentâneas com um desenvolvimento humano sustentável. 

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