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20 outubro 2017

Tudo o que sabemos acerca do neoliberalismo está errado

É este o título de um artigo de William Mitchell e Thomas Fazi, hoje publicado no Social Europe.
 
Os autores demonstram que, tanto os que defendem o neoliberalismo como os que o criticam, sustentam as suas teses com base em argumentos que não têm evidência empírica. Os estados não têm diminuido o seu peso nas respectivas economias nacionais, como se verifica pela análise da evolução da despesa pública no conjunto dos países da OCDE.
 
Segundo os Autores: o capital permanece tão dependente do Estado, hoje, como no keynesianismo, para policiar as classes trabalhadoras, salvar empresas que de outro modo entrariam em falência, abrir mercados externos, etc.
 
E acrescentam: O processo de neoliberalização deu origem a uma extensiva e permanente intervenção do Estado, incluindo: a liberalização dos mercados de mercadorias e de capital; a privatização de  recursos e de serviços sociais; a desregulação dos negócios e dos mercados de capital, em particular; a redução dos direitos dos trabalhadores (designadamente o direito de convenção colectiva); a repressão do activismo laboral, o abaixamento dos impostos sobre a riqueza e sobre o capital à custa da classe média e dos trabalhadores; o afrouxamento dos programas sociais; etc
 
O que está em causa não é, pois, haver mais ou menos Estado, mas a sua maior ou menor politização em favor dos cidadãos e do seu bem-estar.
 
O que se diz dos estados nacionais aplica-se à União Europeia e às respectivas instâncias de governação. 

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