Qual a esperança para a Europa de hoje e de amanhã? É com esta interrogação que o Papa Francisco encerra a parte final do discurso que ontem dirigiu aos representantes dos estados membros reunidos em Roma para assinalar o acto fundador da então CEE.
Depois de lembrar e sublinhar os fundamentos que inspiraram os pais fundadores, Francisco enuncia dificuldades e riscos do tempo presente e convida a olhar para o futuro, com esperança e perpspectiva, contando em especial com as novas gerações.
Qual é então a hermenêutica, a chave interpretativa com que podemos ler as dificuldades do presente e encontrar respostas para o futuro? De facto, a evocação do pensamento dos Pais seria estéril, se não servisse para nos indicar um caminho, se não se tornasse estímulo para o futuro e fonte de esperança. Todo o corpo que perde o sentido do seu caminho, ao qual acaba por faltar este olhar para o futuro, começa por sofrer uma involução e, com o passar do tempo, corre o risco de morrer. Então qual é a herança dos Pais fundadores? Que perspectivas nos indicam para enfrentar os desafios que nos esperam? Qual a esperança para a Europa de hoje e de amanhã?
As respostas, encontramo-las precisamente nos pilares sobre os quais eles quiseram edificar a Comunidade Económica Europeia e que já recordei: a centralidade do homem, uma solidariedade concreta, a abertura ao mundo, a busca da paz e do desenvolvimento, a abertura ao futuro. A quem governa compete discernir as estradas da esperança – esta é a vossa tarefa: discernir as estradas da esperança –, identificar os percursos concretos para se conseguir que os significativos passos realizados até agora não fiquem perdidos, mas sejam penhor dum caminho longo e frutuoso.
(…)
A Europa reencontra esperança, quando se abre ao futuro. Quando se abre aos jovens, oferecendo-lhes perspectivas sérias de educação, reais possibilidades de inserção no mundo do trabalho. Quando investe na família, que é a célula primeira e fundamental da sociedade. Quando respeita a consciência e os ideais dos seus cidadãos. Quando garante a possibilidade de ter filhos, sem o medo de não conseguir mantê-los. Quando defende a vida em toda a sua sacralidade.
Discurso na íntegra
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