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13 fevereiro 2016

Apelo de um colectivo de 82 economistas franceses


Com data de 10 de Fevereiro de 2016, um grupo de 82 economistas franceses assinou um manifesto onde explicitam as linhas mestras de uma nova orientação da economia para tornar possível  a saída da actual situação de impasse.

O texto na íntegra pode lêr-se aqui.

Aí se constata que ... O desemprego, a precariedade, as dificuldades para fazer face aos finais de cada mês, marcam a vida de milhões dos nossos concidadãos. Às dificuldades da vida material, soma-se a perda de esperança, o sentimento de que não há futuro para o nosso país e para os nossos filhos.

Os economistas põem em evidência as consequências da terapia de choque aplicada na Europa do Sul (Grécia, Portugal, Espanha), em particular o afundamento da actividade económica, a explosão do desemprego e da pobreza, a crescente dívida pública, e propõem a abertura do debate sobre um plano para saír da crise, envolvendo três dimensões:

-  Um novo pacto produtivo, simultâneamente ecológico e social;
-  Um programa de apoio à actividade empresarial  e ao emprego;
- A reversão das regras europeias que são obstáculo a uma política de reanimação da economia e um verdadeiro plano de investimento europeu, centrado na transição ecológica e aplicado de forma mais ampla nos países em dificuldades.

Os signatários defendem que a França deveria propor a reorientação das regras europeias aos seus parceiros da Europa, designadamente à Alemanha e, em caso de bloqueio, dirigi-la aos países que o desejem, salientando que Portugal, Grécia, Itália e Espanha representam, somada a França, mais de 50% do PIB da zona euro.

Há que reconhecer que é inglório pretender alcançar grandes resultados por acção de um só país. Já outra pode ser a força de um grupo de países que têm em comum o facto de serem os mais directamente afectados pelos efeitos assimétricos do funcionamento da zona euro. A abertura de um diálogo a este nível, proposta pelos economistas, faz pois todo o sentido e é cada vez mais urgente.

Como argumenta  Thomas  Piketty  no artigo que publicou  a 25 deste mês, em The New York Review of Books, A new Deal for Europe, só uma refundação genuinamente democrática e social da zona euro, dirigida ao estímulo ao crescimento e emprego, alinhada em torno de um pequeno núcleo de países dispostos a liderar pelo exemplo e a desenvolver as suas próprias novas instituições políticas, será suficiente para contrabalançar os odiosos impulsos nacionalistas que agora ameaçam toda a Europa.

Dispomos já do contributo de reputados cientistas sociais que permitem  avaliar os problemas originados pelas políticas de austeridade, sendo quase consensual que, tal como foi criada, a zona euro não tem possibilidades de se manter no futuro.

Contudo, quanto à forma de a reformar, as propostas conhecidas são diversas, desde as meramente pontuais até às mais radicais.  

Trata-se de  uma questão  política de enorme responsabilidade e que, por esta razão, deve ser tomada com base em larga participação democrática, procurando, na medida do possível, alcançar um consenso entre as diferentes correntes defensoras do projecto europeu.

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