12 dezembro 2013

Quatro Propostas Irrecusáveis ( II)



Os comentários até agora recebidos a propósito de meu post com idêntico sub-título - e foram vários - oscilam entre o aplauso do que consideram ser uma utopia desejável e algum cepticismo quanto à viabilidade de a levar à prática. A estes, respondo com o acontecimento mundial desta semana, a propósito da morte de Nelson Mandela. Mas poderia acrescentar que a história está cheia de exemplos semelhantes. As ideias podem mover o mundo!

No caso das propostas feitas, acrescento que as mesmas têm por base realidades bem concretas que, nas actuais circunstâncias, lhes dão viabilidade.

Assim:

No caso da primeira proposta, trata-se de propor uma forma mais justa de partilhar o excepcional aumento da produtividade decorrente da inovação tecnológica dos últimos 50 anos, incorporando-o na redução da duração dos horários de trabalho, e, deste modo, libertando tempo para os que encontram emprego e permitindo acesso aqueles que o sistema actual exclui, pondo, assim, um dique à hemorragia de recursos humanos e consequências de ordem social que daí decorrem (stress excessivo para os primeiros e depressões para os segundos), com efeito pernicioso numa crescente anomia social grave e excessivos encargos para a comunidade.

No que se refere à segunda proposta, trata-se, pura e simplesmente, de fazer frente ao abuso escandaloso do poder negocial que, presentemente, se verifica no interior de cada empresa, impondo regras mínimas de equidade, e em qualquer caso, sem consequências no custo de produção total de cada empresa.

Quanto às duas últimas propostas, pouco tenho a acrescentar; elas radicam na necessidade de reforçar a democracia, através do desempenho da vontade política e do acréscimo da capacitação dos estados para o desempenho da sua missão essencial de assegurar, devidamente, a prossecução do bem comum, indispensável à coesão social e à sustentabilidade da própria democracia.

Por fim, queria destacar o comentário de Maria José Melo Antunes por, a este propósito, ter recordado palavras do Presidente Obama, em discurso recente e agradecer a todos os comentadores/as os seus contributos, com observações pertinentes e novos desenvolvimentos.

Em qualquer caso, tratam-se de propostas cuja concretização exige gradualismo e, sobretudo, massa crítica que permita o surgimento de adequado poder político para as levar à prática.

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