A Mensagem do Papa para o
dia 1 de Janeiro de 2014 tem por título
“Fraternidade, fundamento e caminho para a Paz” (http://agencia.ecclesia.pt).
É aí, mais uma vez chamada, a atenção para a “globalização da indiferença” e
para a “habituação ao sofrimento alheio”, tão comuns no nosso tempo, mesmo em
situações de guerra, como as que se estão a viver em várias partes do mundo, ou
de grave crise financeira e económica, como a vigente em muitos países,
designadamente na Europa.
Daí o apelo à fraternidade,
não só em termos individuais, mas também no que concerne à vida colectiva. “A
fraternidade gera paz social porque cria um equilíbrio entre liberdade e
justiça, entre responsabilidade pessoal e solidariedade, entre bem dos
indivíduos e bem comum”.
Merecedora de uma atenção
particular é a referência à redescoberta da fraternidade na economia. De acordo
com a Mensagem, “as sucessivas crises económicas devem levar a repensar adequadamente
os modelos de desenvolvimento económico e a mudar os estilos de vida”.
Sendo certo que as soluções
que têm vindo a ser propostas, não só em Portugal como nos restantes países
europeus, se limitam à adopção de medidas de curto prazo, essencialmente
centradas na resolução do desequilíbrio orçamental, é importante este apelo para
repensarmos a forma como temos vindo a construir e a conduzir a vida económica
e financeira. A propósito, são expressamente referidas as encíclicas Populorum
Progressio e Solicitudo Rei Socialis. A releitura destas encíclicas, não
obstante a necessidade de alguma actualização num ou noutro ponto, revela a
distância em que hoje nos encontramos dos princípios e orientações então
defendidos, em particular sobre o que se deve entender por desenvolvimento e por
relações justas entre povos fortes e povos fracos.
No final da
Mensagem o Papa defende que há necessidade que a fraternidade seja descoberta,
amada, experimentada, anunciada e testemunhada e recorda aos cristãos que só o amor dado por Deus é que nos permite
acolher e viver plenamente a fraternidade.
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