Continua em debate na Assembleia
da República a proposta de OE 2014 e é confrangedor assistir à troca de
argumentos entre a maioria e as oposições. Dir-se-ia que uma e outras estão
prisioneiras de metas estritamente financeiras, cortes mais ou menos severos na
despesa pública, salários e pensões, previsões de indicadores macroeconómicos
que pouco traduzem de objectivos fundamentais de qualidade de vida das pessoas,
justiça social, erradicação da pobreza, correcção das desigualdades e
desenvolvimento sustentável.
Dentro deste quadro de
referência, pouco há a esperar de uma mudança efectiva que vá para além da
crise e da austeridade. Não se questionam valores éticos, qualidade de vida dos
cidadãos, padrões de consumo e de investimento e o próprio paradigma em que
assenta a economia globalizada e subordinada aos interesses do sistema
financeiro.
A solução com futuro terá de ser construída
a partir de baixo, das iniciativas locais de desenvolvimento e de cooperação
que apostam na participação das pessoas e no reforço da economia social (uma
economia orientada para as pessoas e a satisfação das suas necessidades e não
para a maximização do lucro, uma economia de proximidade que favorece o emprego
eficiente e justamente remunerado, uma economia amiga do ambiente).
Esta via
supõe um longo caminho de redefinição de objectivos acerca da sociedade em que
desejamos viver, bem como um debate alargado, sobretudo entre os mais jovens,
acerca do sentido de vida e da construção do futuro.
Tenho ultimamente conhecido
diferentes iniciativas que vão nesta direcção. A título de exemplo refiro o
Movimento Cidadãos por Coimbra. Ver aqui.
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ResponderEliminarMuitos Parabéns por este "post" que acho da maior pertinência, tambem por sensibilizar para a importância da participação dos jovens em iniciativas como a que refere. No mesmo sentido, confesso meu optimismo ao constatar a sua presença, mais forte do que previra, no Encontro em defesa da Constituição, Estado Sovial e Democracia da semana passada, na Aula Magna.
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