Foi recentemente divulgado um estudo promovido pela Caritas Europa e realizado com a colaboração de algumas Caritas nacionais, entre as quais a Caritas Portuguesa.
Num relatório de 68 páginas, procura-se avaliar o impacto da crise e das políticas ditas de austeridade que estão a ser implementadas pelos governos dos países com dificuldades de financiamento nos mercados financeiros, com o suporte das instâncias comunitárias e do Fundo Monetário Internacional.
A originalidade desta análise é a opção feita de olhar aos impactos das medidas na perspectiva das pessoas, nomeadamente as mais afectadas. As Caritas Nacionais conhecem os seus rostos e os dramas que escondem. Os técnicos a quem o estudo foi encomendado conhecem os dados estatísticos e a fundamentação teórica para os interpretar. O resultado desta combinação virtuosa é estamos diante de um trabalho muito valioso que retrata com justeza a situação no conjunto do espaço europeu e, mais detalhadamente, a experiência concreta dos 5 países em dificuldade (Irlanda, Itália, Grécia, Portugal e Espanha).
A originalidade desta análise é a opção feita de olhar aos impactos das medidas na perspectiva das pessoas, nomeadamente as mais afectadas. As Caritas Nacionais conhecem os seus rostos e os dramas que escondem. Os técnicos a quem o estudo foi encomendado conhecem os dados estatísticos e a fundamentação teórica para os interpretar. O resultado desta combinação virtuosa é estamos diante de um trabalho muito valioso que retrata com justeza a situação no conjunto do espaço europeu e, mais detalhadamente, a experiência concreta dos 5 países em dificuldade (Irlanda, Itália, Grécia, Portugal e Espanha).
A evidência empírica apresentada neste estudo mostra, sem ambiguidade, que a política de dar prioridade à austeridade para reduzir a dívida pública e impor reformas estruturais baseadas no corte cego da despesa do Estado não funciona em termos macroeconómicos e impõe às pessoas, sobretudo às mais fragilizadas, elevados custos sociais, sob a forma de desemprego, redução de poder de compra, desigualdade no acesso a bens essenciais, empobrecimento e suas consequências indirectas. É um caminho que, além de injusto, é contraproducente do ponto de vista do desenvolviemnto e uma ameaça para a coesão social e para a democracia.
Este caminho é, aliás, igualmente perigoso e nefasto por uma outra razão: pôe em risco a coesão europeia e a legitimidade política da própria União Europeia e compromete o seu futuro.
Pese embora a retórica do discurso político europeu que agora se volta para a necessidade do crescimento económico, aquela está a ser posta em causa pela realidade, pela manifesta falta de vontade política e pela incapacidade institucional da UE em fazer face à presente situação.
O Relatório não se limita a um diagnóstico da situação; contem um conjunto de recomendações bem fundamentadas e oportunas para romper o círculo vicioso do endividamento e da austeridade. A elas nos havemos de referir em post posterior.
O texto integral encontra-se aqui.
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