Para salvar Portugal talvez valha a pena:
- Perder as eleições; que se lixem
as eleições, porque o que interessa é Portugal!
- Não fazer eleições; é só
uma vez ou duas;
- Suspender os partidos;
apenas durante dois ou três anos;
- Diminuir o financiamento aos serviços
hospitalares; não se pode deixar de racionalizar a prestação de serviços de
saúde;
- Fazer a concentração de Escolas,
ainda que isso exija, durante algum tempo, a desertificação de largas zonas do
país;
- Eliminar muitos tribunais cuja
atividade deixou de ter escala; quem necessita de a eles recorrer pode muito
bem habituar-se a percorrer mais 50 ou 100 kms, porque disporá de serviços de
muito maior qualidade;
- Reduzir as atividades do Estado
Social ao minimamente indispensável, de modo a poder dar, apenas, apoio aos
mais velhinhos; as instituições de solidariedade social sempre existem para
alguma coisa;
- Começar a adiar as reparações
das vias públicas, porque os invernos não são muito rigorosos e pode-se ir
aguentando mais uns tempos;
- Reduzir a recolha de lixo a dois
dias por semana; cada um que guarde o lixo que produz em sua casa, ou deixe de
produzir tanto lixo;
- Deixar de se gastar dinheiro com
o ambiente, porque isso são vícios que só os países ricos podem ter;
- Não estar demasiado preocupado
com o crescimento do desemprego porque, apesar dos sacrifícios suportados,
quando vier o crescimento todos ficaremos melhor;
- Eliminar todas as iniciativas
que não permitam a redução das despesas públicas, porque a existência do Estado
apenas serve para atrapalhar a iniciativa privada;
- Introduzir algumas restrições na
liberdade de escrita e produção áudio para que o Governo possa trabalhar com
mais tranquilidade;
. . . . . .
. . . . . .
- Suspender a democracia; é só um
bocadinho enquanto se põe isto em ordem;
- Pôr Portugal a hibernar durante
algum tempo, para que quem tem que fazer o seu trabalho o possa fazer
tranquilamente;
- Deixar Portugal a afundar-se
para que se salve e renasça sem vícios e com mais vigor.
Talvez assim se possa salvar Portugal!
Só se os deixarmos fazer o que se viu que se poderão vir a propor
fazer!
Pois é. Antigamente (ainda não passaram 40 anos) havia gente que dizia que de política, nada: a minha política é o trabalho. Há anos (menos de 20) um senhor, que é agora o Presidente, bradou irritado deixem-me trabalhar! Não gosta que discutam com ele e, por supuesto, eleições devem ter sido uma maçada.Aquele que disse (há dias) isso das eleições parece vir na mesma linha.
ResponderEliminarMas não é verdade que tudo isso já conduziu a que, hoje, se possa levantar um coro de cerca de 1 200 000 pessoas, em Portugal, a dizer: "deixem-me trabalhar"!
ResponderEliminarSe ouvissemos todos os que por essa Europa dizem a mesma coisa, seria um clamor ensurdecedor.
Constituição a pedido
ResponderEliminarManuel António Pina
Jornal de Notícias 30.07.2012 [ siga este link ]
O presidente do BPI, Fernando Ulrich, já classificara a decisão do TC que confirmou a inconstitucionalidade dos confiscos dos subsídios de férias e Natal a funcionários públicos e pensionistas de “negativa”, “perigosa” e “inaceitável”. Agora é o presidente do BCP, Nuno Amado, a clamar que foi “uma decisão muitíssimo infeliz”.
A banca (falta conhecer a opinião de Ricardo Salgado, do omnipresente BES, para o ramalhete ficar completo) não só tem enormes responsabilidades na crise como tem sido beneficiária da maior parte dos sacrifícios que, a pretexto dela, vêm sendo impostos aos portugueses. Mas a banca quer mais do que o seu financiamento com a “ajuda” que a ‘troika’ cobra ao país em desemprego, fome e miséria ou do que a destruição do SNS que alimenta os seus negócios na Saúde, a banca quer também uma Constituição “sua”, já que a Constituição da República se revela, pelos vistos, “negativa”, “perigosa”, “inaceitável” e “muitíssimo infeliz” para os seus interesses.
Nem Ulrich nem Amado o escondem: “É premente alguma revisão da Constituição” (Amado), e a decisão do TC pode “justificar a discussão de uma revisão constitucional, o que até seria positivo” (Ulrich).
Numa democracia que cumprisse os serviços mínimos, os desejos de dois banqueiros valeriam apenas dois votos. Não tardará que vejamos quanto valem num regime do género “que se lixem as eleições”.
Maria do Céu,
ResponderEliminarNa "mouche"!
Como acertadamente referes, é a diferença entre dois votos e os resultados da utilização dos poderosos instrumentos de condicionamento do funcionamento da democracia, de que dispõe o poder paralelo que se chama economia financeira, banqueiros, etc.