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13 maio 2012

O Desemprego Jovem: Um Desafio a Ultrapassar


Já foi publicada a versão portuguesa do Relatório da OIT sobre a crise do emprego jovem, que contém uma valiosa reflexão sobre a situação desta variável, a nível mundial.

Em Portugal, a taxa de desemprego dos jovens conheceu um aumento substancial, desde 2008, a exemplo do que aconteceu na UE27, sendo mesmo superior (30,1% em Portugal, contra 21,4%, na UE27, na média de 2011).

De acordo com a OIT, o desemprego juvenil tem crescido mais rapidamente do que o desemprego total, situação que também se verifica em Portugal. Embora esta evolução tenha sido comum aos países em desenvolvimento e nas economias mais avançadas, a crise fez com que os jovens pagassem o preço mais alto, sobretudo nestas últimas economias. Ao mesmo tempo, cresceu o tempo de procura do emprego, elevou-se a parte ocupada pelo desemprego de longa duração, aumentou a taxa de inactividade, os níveis salariais continuaram baixos e mantêm-se a incerteza e o desalento por parte dos mais jovens. Tendo em conta as previsões macroeconómicas, não se esperam porém projecções favoráveis no comportamento da variável em análise.

Acresce que os jovens desempregados têm níveis de ensino mais elevados do que o total da população e que, em Portugal, o aumento registado foi especialmente importante em relação aos detentores do ensino superior.

Sendo assim, advoga a OIT que a política de emprego deva dar prioridade aos jovens, sob pena de se estar a desperdiçar um enorme potencial de capital humano, para o que se torna necessário tomar medidas inovadoras que facilitem o seu emprego.

No caso de Portugal, afigura-se que aquelas medidas são urgentes, a par das políticas destinadas a ultrapassar a crise. A não ser assim, só nos resta um sentimento de impotência, face às movimentações que se têm vindo a assistir por parte dos jovens desempregados e dos detentores de empregos precários, que tão veementemente têm feito ouvir a sua voz.

2 comentários:

  1. Estamos, no entanto, confrontados com uma espécie de paradoxo: quando comparamos a situação do nosso país com a de outros, verificamos que a nossa percentagem de pessoas qualificadas (com ensino superior) é mais baixa.
    Contudo, verifica-se, também, que aqueles que já possuem aquela formação não é por essa razão que encontram emprego mais fácilmente.
    E pergunta-se, então como se resolve a impossibilidade? Resolve-se aumentando a formação dos empresários e criando condições para que as suas empresas sejam tecnologicamente mais evoluídas e mais competitivas. Quando tal se vier a verificar, certamente que as empresas vão ter necessidade de recrutar mais pessoal com formação superior. Não se vê que seja nesta direção que esteja a ser pensada uma qualquer estratégia de crescimento e de desenvolvimento.

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    1. Concordo com o Manuel Brandão Alves. no que se refere à situação em Portugal. Mas talvez seja de acrescentar mais alguma coisa. De facto, numa reunião europeia realizada no ano passado, constatei o espanto dos jovens da Europa de Leste, quando perceberam que as suas preocupações quanto ao futuro eram partilhadas pelos colegas da Europa Ocidental.Imitando o título do filme "Este país não é para velhos", podemos também dizer que "Esta Europa não é para jovens".

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