Não pode esperar-se que a solução para a actual crise sistémica por que passam as economias ocidentais (e ocidentalizadas) do século XXI venha apenas da ciência económica e, muito menos, da sua deriva neo-liberal. Deste modo, é mais do que oportuno convocar outras disciplinas das Ciências Humanas para abordar as múltiplas e complexas disfuncionalidades notórias do sistema. A História, em particular, poderá dar um contributo importante.
Vem este comentário a propósito do livro de um autor americano, Brad S Gregory, recentemente publicado com o título The Unintended Reformation: How a Religious Revolution Secularized Society. A obra está editada pela Harvard University Press e, certamente, beneficia do prestígio do seu autor e da editora.
Ao longo de mais de meio milhar de páginas, o autor, que é Professor da Notre Dame University de Indiana aborda a questão da Reforma e a influência que aquele movimento teve na secularização das sociedades ocidentais e na exaltação do individualismo, da riqueza e do lucro, traves mestras da economia moderna.
Assumindo, explicitamente, uma perspectiva cristã, Brad Gregory defende que só a religião – devidamente entendida como doutrina da solidariedade – pode permitir que a humanidade escape aos riscos da presente crise que são, simultaneamente, a grande pobreza e o excesso de produção e riqueza.
Para o historiador, o cristianismo é, fundamentalmente, uma mensagem acerca da vida em comum, como lembra a encíclica Deus caritas est. Assim sendo, a novidade do cristianismo consiste não apenas na conversão pessoal ao amor ao próximo, mas na capacidade de demonstrar que o amor recíproco anunciado por Cristo é fundamento para construir novas relações sociais e comunidades fraternas baseadas na responsabilidade. [ Ver mais ]
Mensagem actualizada em 14.02.2012 - 14:50H
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