Decorre, hoje, em vários países, um dia de luta pela erradicação da pobreza.
Não é demais chamar a atenção para o reconhecimento, a vários títulos consensualizado e expresso, de que a pobreza, neste século XXI, deve ser considerada uma violação de direitos humanos e como tal os governantes não podem eximir-se ao compromisso político de procurar pôr termo a este flagelo social.
Presentemente, contudo, corremos o risco de retroceder nesta aquisição civilizacional, já que as actuais circunstâncias de crise financeira e económica tendem a fazer esquecer ou secundarizar o objectivo de erradicar a pobreza. Por isso, há que aproveitar esta data para lembrá-lo e para deixar claro que também as medidas de austeridade propostas devem ser escrutinadas à luz do critério de que o desenvolvimento só será possível com a participação de todos, sem esquecer os pobres.
A União Europeia e as suas instituições não podem deixar de lado os seus 45 milhões de pobres, como se estes não fossem cidadãos de pleno direito. Portugal também não pode ignorar que quase 20% da sua população já vive abaixo de um limiar de pobreza e que as medidas de austeridade agora propostas virão não só agravar a pobreza que já conhecemos como a produzir novos pobres.
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