Foi este o tema abordado pelo programa “Sociedade Civil” da RTP2, no dia 19 de Maio.
Trata-se um programa muito interessante, brilhantemente conduzido pela jornalista Fernanda Freitas, a uma hora que passa despercebida a muita gente e num canal que não cativa grandes audiências. E é pena!
De facto, os temas são geralmente de grande interesse, tratados com muita seriedade e profissionalismo e reflectem uma atitude positiva da sociedade civil, o que nem sempre acontece na nossa comunicação social.
No caso presente, o micro crédito foi apresentado como um instrumento de luta contra a pobreza para aqueles que não conseguem obter crédito junto das instituições bancárias por falta de garantias, sujeito a determinadas condições e a um acompanhamento personalizado, com o objectivo de permitir às pessoas criar o seu próprio negócio e garantir a sua subsistência.
É verdade que apoia a iniciativa, as boas ideias e o empreendedorismo, mas acima de tudo, como fez questão de salientar o Presidente da ANDC – Associação Nacional de Direito ao Crédito, Manuel Brandão Alves, promove a inclusão social e a auto-estima, devolvendo às pessoas o sentimento de que a vida vale a pena e ajudando-as a reconquistar a sua dignidade. “É uma questão de democracia, que devia estar inscrita na Constituição”, frisou.
O Programa apresentou também os resultados de um “ estudo de avaliação do micro crédito”, levado a cabo pela Universidade Católica, em que os resultados confirmam ser um instrumento eficaz no combate à pobreza, que devolve a auto-estima e é uma forma economicamente eficiente de o Estado afectar algum financiamento público a este tipo de crédito, nomeadamente através da ANDC. Os bancos não se interessam por este segmento porque desconhecem as características dos potenciais clientes. É uma falha de mercado que precisa de ser resolvida. As taxas de incumprimento são mínimas e a taxa de sucesso ronda os 80%.
Nunca é de mais salientar que programas desta natureza – positivos, com conteúdo informativo de grande utilidade para as pessoas - reflectem o verdadeiro serviço público a que a RTP está obrigada. Assim haja mais atenção aos horários!
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