A crise política recente junta-se às crises económica e social que se têm acentuado em Portugal nos últimos anos. Mas a descrença na capacidade das instituições e das forças políticas do País para superar tais situações é, porventura, a dimensão mais profunda e preocupante desse acumular de «crises». E não adianta discutir agora quem tem maiores culpas nas últimas peripécias do folhetim político a que assistimos, num crescendo emocional inesperado, aparentemente desencadeado por um amargo discurso do Presidente da República.
Dir-se-ia, em particular, que os partidos representados no Parlamento se enredaram, depois de muitas voltas e maneios, num irremediável «nó cego». Não é certo, nem mesmo provável, que as próximas eleições possam desfazer esse «nó», assegurando maioria absoluta a um só partido. É impressionante, para qualquer observador de boa fé, mas alheio às lutas pelo poder, a capacidade dos líderes dos vários partidos para «falarem sózinhos», como que deslumbrados pela perspicácia única e específica de que se consideram detentores.
E mesmo a aliança centro-direita mais provável que se configura no horizonte nacional não poderá prometer grandes novidades para o futuro e certamente iria garantir uma crescente agitação social numa conjuntura em que não só a dimensão financeira, mas todo o sistema social se aproxima do colapso. Poderá uma iniciativa do algo enigmático Presidente da República abrir horizontes mais luminosos?
O futuro a Deus pertence, como se dizia antigamente. O passado, sofremo-lo (quase) todos, mais ou menos amargurados e conformados. Mas é no presente que somos todos chamados, como cidadãos livres, esclarecidos e de boa fé, a contribuir para desenhar novos horizontes para a democracia em Portugal.
Que não podem ser apenas, nem principalmente, moldados por rigorosas medidas de austeridade (estas, como sabemos, são sempre mais rigorosas para os que estão na base do que para os do topo do sistema social) mas sobretudo por novos meios de inovação económica e social verdadeiramente ao serviço do povo português, e não duma «classe política» desacreditada e, na sua maioria, apoiada em interesses muito particulares.
Dir-se-ia, em particular, que os partidos representados no Parlamento se enredaram, depois de muitas voltas e maneios, num irremediável «nó cego». Não é certo, nem mesmo provável, que as próximas eleições possam desfazer esse «nó», assegurando maioria absoluta a um só partido. É impressionante, para qualquer observador de boa fé, mas alheio às lutas pelo poder, a capacidade dos líderes dos vários partidos para «falarem sózinhos», como que deslumbrados pela perspicácia única e específica de que se consideram detentores.
E mesmo a aliança centro-direita mais provável que se configura no horizonte nacional não poderá prometer grandes novidades para o futuro e certamente iria garantir uma crescente agitação social numa conjuntura em que não só a dimensão financeira, mas todo o sistema social se aproxima do colapso. Poderá uma iniciativa do algo enigmático Presidente da República abrir horizontes mais luminosos?
O futuro a Deus pertence, como se dizia antigamente. O passado, sofremo-lo (quase) todos, mais ou menos amargurados e conformados. Mas é no presente que somos todos chamados, como cidadãos livres, esclarecidos e de boa fé, a contribuir para desenhar novos horizontes para a democracia em Portugal.
Que não podem ser apenas, nem principalmente, moldados por rigorosas medidas de austeridade (estas, como sabemos, são sempre mais rigorosas para os que estão na base do que para os do topo do sistema social) mas sobretudo por novos meios de inovação económica e social verdadeiramente ao serviço do povo português, e não duma «classe política» desacreditada e, na sua maioria, apoiada em interesses muito particulares.
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